Lítio: estratégia do Governo “está a começar ao contrário”

Covas do Barroso | Foto de Interior do Avesso
O impacto ambiental dos projetos de exploração do lítio previstos para várias zonas do país está a preocupar as populações. Em Boticas e Montalegre, no distrito de Vila Real, as pessoas estão “bastante assustadas e com muita pouca informação”, afirmou a deputada do Bloco de Esquerda Maria Manuel Rola após uma visita aos dois concelhos que incluiu uma sessão de debate na freguesia de Morgade, em Montalegre.

Se o Governo tem na estratégia nacional para o lítio a ‘pedra de toque’, como tem vindo a reivindicar, para a economia nacional, pois então estão a começar ao contrário, sem qualquer garantia para a população de prevenção nas intervenções da possível exploração de lítio”, afirmou a deputada, citada pela agência Lusa.

 

Maria Manuel Rola defendeu que se a exploração de lítio é “tão determinante para a economia nacional faria todo o sentido que fosse um desígnio nacional”, com um processo conduzido por entidades públicas. O que se passa é o contrário, acrescentou, sublinhando que a nova legislação sobre exploração mineira “já não será aplicável nestas zonas”.

BLOCO VAI PEDIR ESCLARECIMENTOS A BRUXELAS SOBRE AUSÊNCIA DE AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA

A questão do impacto ambiental destas explorações está no centro das preocupações das localidades atingidas. Por isso, Maria Manuel Rola afirmou que o Bloco irá pedir esclarecimentos à Comissão Europeia acerca da ausência de uma avaliação ambiental estratégica para os projetos que estão previstos.

“Existe uma diretiva europeia que define essa necessidade de avaliação ambiental e que pelos vistos não está a ser cumprida. Através das nossas representações a nível do Parlamento Europeu iremos solicitar um esclarecimento à Comissão Europeia do cumprimento dessa diretiva”, afirmou a deputada bloquista. Só essa avaliação permitirá “perceber todos os impactos” da exploração mineira no nosso país.

“Temos aqui classificações nacionais, culturais e sociais em jogo que têm de ser consideradas nesse estudo de impacto ambiental rigoroso. A nível de provisão aquífera este tipo de explorações podem colocar em causa o alimento de uma vasta população”, alertou Maria Manuel Rola, acrescentando que o Bloco está em contacto com várias associações que partilham desta preocupação, tendo já inquirido o governo por diversas vezes “sobre a prospeção suja feita nestas zonas, sobre a preservação do património da UNESCO e sobre pareceres das autarquias aos pedidos de prospeção”.

 

Artigo do EsquerdaNet que pode ser consultado, AQUI.

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