Manifestação contra as minas e em defesa da região do Barroso (Montalegre e Boticas) manifesta-se no próximo sábado, 22 de janeiro, pelas 14H30 na Praça do Município em Montalegre, de onde partirá em arruada por várias artérias da vila.
Em comunicado a que o Interior do Avesso teve acesso, são adiantados os motivo da convocatória de manifestação. “A gravidade da situação actual e futura nos dois concelhos, não pode ficar sem resposta. São 22 contratos já assinados, entre prospecção, pesquisa e exploração, para áreas diferentes da região, num território de apenas 1128 KIms2. Destes, os mais avançados e os que geram maior preocupação são a Mina do Barroso (Savannah), em Boticas; a Mina do Romano (Lusorecursos) e a Mina da Borralha (Minerália), em Montalegre”.
O Movimento Não às Minas – Montalegre desafiou ainda todos os partidos concorrentes às eleições legislativas de 30 de janeiro a tomar posição sobre a exploração mineira no país e, em particular, na região do Barroso.
O Movimento Não às Minas – Montalegre e a Associação Povo e Natureza de Barroso acreditam que estará para breve a saída de várias decisões relacionadas com a exploração mineira, nomeadamente: “o lançamento da participação pública do Estudo de Impacte Ambiental da Mina do Romano; a decisão sobre o Estudo de Impacte Ambiental da Mina do Barroso e, as conclusões da avaliação ambiental estratégica do PPP do Lítio. Importa dizer que este tipo de decisões, que de alguma forma poderão ter alguma relevância em termos eleitorais, costumam, oportunamente, ser tornados públicos poucos dias após a ocorrência das eleições”.
Para a organização do protesto, a localização de projetos mineiros na envolvência de barragens onde é feita captação de água para consumo humano, como a Barragem do Alto Rabagão, “é preocupante”.
Sublinham ainda que Montalegre e Boticas são concelhos onde as populações se dedicam, maioritariamente, a atividades como a agricultura e a pecuária e que as populações da região não se sentem ouvidas, pois “as consultas públicas não são mais que meros procedimentos administrativos”.
Exemplo de uma situação em que as populações não foram ouvidas, nem a sua vontade tida em conta foi a recente criação de um consórcio entre o Município de Montalegre e a Lusorecursos, no âmbito das candidaturas às agendas mobilizadoras do PRR. “O objectivo desta ‘sociedade’ seria a exploração da mina do Romano, indo assim contra a vontade das populações”.
“A actividade mineira, devido às suas graves consequências não é bem-vinda a estas terras. A aposta deve continuar a centra-se no turismo, na valorização e transformação dos produtos locais de grande qualidade e em actividades ligadas à natureza. A região de Barroso ostenta o selo de Património Agrícola Mundial. Montalegre insere-se na Reserva da Biosfera do Parque da Peneda-Gerês. Se as minas avançarem, estas duas honrosas classificações poderão perder-se”, pode ler-se no comunicado.