Problemas com os acabamentos, eficiência energética das habitações e dificuldade de comunicação com o IHRU, no programa de Arrendamento Acessível de Mangualde, foram levados à Audição do Ministro das Infraestruturas e da Habitação pela deputada Maria Manuel Rola.
Na audição da Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação de ontem , a deputada do Bloco de Esquerda trouxe à discussão o exemplo de Mangualde, como o primeiro empreendimento a ser inaugurado dentro do programa de Arrendamento Acessível do IHRU (Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana).
“Existem diversos problemas. Primeiro nem todo ele foi entregue, depois os acabamentos estão bastante deficientes e não existe uma capacidade de interlocução com o IHRU e a proximidade, o apoio, a transparência e a manutenção que se espera por parte de um Instituto da Habitação que tem intervenção a nível nacional. Este é um problema que se tem que endereçar, o Bloco de Esquerda já colocou isto em cima da mesa, já dissemos que é necessário uma desconcentração deste organismo para que ele possa ser mais territorializado. Gostávamos de saber como é que isto se vai resolver”, questionou Maria Manuel Rola.
Destacou ainda a necessidade de a reabilitação do Parque Habitacional Público ser realizada com preocupações de combate à pobreza energética, “não apenas uma reabilitação de fachada”, um dos problemas que também é relatado pelos moradores das habitações de Arrendamento Acessível de Mangualde.
O Ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, em resposta, anunciou uma portaria para a desconcentração do IHRU. “O Bloco de Esquerda fez esta proposta exatamente no momento da análise do regime do IHRU e isto é essencial para que se apliquem as medidas que estão agora em andamento, até porque existe um problema de transparência da informação do IHRU”.
Sobre as dificuldades que os moradores sentem em contactar com o IHRU, depois de o Ministro responder que estão a ser resolvidos, a deputada insistiu que estes são “problemas que não estão a ser resolvidos, ao contrário do que aqui foi dito esta manhã”. Os moradores estão neste momento a ameaçar que vão sair dos locais, continuam a dizer que não conseguem dialogar com o IHRU e que não existe resolução dos problemas quer a nível energético, quer a nível da manutenção”.
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