Dos 174 cabeças-de-lista às eleições legislativas de 30 de janeiro, apresentadas pelos oito partidos com representação parlamentar, apenas 60 são mulheres. Ou seja, 34,4% dos primeiros lugares nas listas.
Se a Lei da Paridade define um mínimo de 40% de representação de mulheres nas listas, a avaliação é feita globalmente, sendo apenas exigido que não haja mais de dois candidatos seguidos do mesmo sexo. Se a lei foi crucial para aumentar a representatividade de género no Parlamento desde que foi aprovada em 2006, tendo atingido 40% de mulheres eleitas em 2019, a maioria dos partidos continua a optar sobretudo por homens para liderar as listas.
O Bloco de Esquerda é o único partido que garante paridade total entre cabeças-de-lista, com 11 mulheres e 11 homens nos 22 círculos eleitorais. Já o PS e PSD apresentam ambos 6 candidatas contra 16 homens a cabeça-de-lista, cerca de 27,2% dos cabeça-de-lista mulheres. Mais relevante é que ambos os partidos diminuem a representação feminina no topo das listas face às legislativas de 2019, quando o PS apresentou 8 mulheres e 14 homens e o PSD 7 mulheres e 15 homens.
Por seu lado, a CDU avança com 10 mulheres e 12 homens, tal como o PAN. A Iniciativa Liberal apresenta 9 mulheres e 13 homens, e o CDS apresenta 6 mulheres e 14 homens a liderar as listas. O Chega apresenta a pior relação, com apenas 2 mulheres a cabeça-de-lista entre os 22 distritos.
Publicado por Esquerda.net a 3 de janeiro de 2022