No passado dia 20 de Junho celebrou-se o Dia Mundial dos Refugiados. Para assinalar esta data o Bloco de Esquerda levou um voto de saudação às Assembleias Municipais de Viseu e da Guarda, ambos aprovados por unanimidade.
No texto apresentado pode-se ler que “é particularmente importante assinalar esta data no ano em que vivemos, dado que, de acordo com os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, nunca houve tantos refugiados como hoje. Em 2018, ano do último registo disponível, os números ultrapassaram os 70 milhões, ou seja, uma pessoa em cada 108 do total da população mundial. É o maior recorde dos últimos 20 anos, ultrapassando até o limite traçado aquando da II Guerra Mundial. Isto significa que, a cada dia, perto de 37 mil pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas devido a guerras, conflitos, perseguições e alterações climáticas. De registar ainda que as crianças são uma parte significativa do total destas pessoas, muitas das quais se encontram sozinhas em trânsito, ou nos campos de refugiados e de deslocados internos.”
No seguimento das últimas notícias relativas ao barco de resgate humanitário Sea Watch e a situação dramática vivida em Lampedusa é referido que “ao mesmo tempo que assistimos ao crescimento do número de refugiados verificamos, infelizmente, uma diminuição da solidariedade para com estas pessoas, a nível Europeu, nomeadamente em países que são confrontados com grandes números de refugiados. A perseguição movida pelo Governo Italiano a membros de ONGs que resgatam da morte emigrantes no Mediterrâneo é particularmente preocupante.”
A disponibilidade para o acolhimento de refugiados por parte de Portugal é destacada pela positiva apesar de “abaixo das expectativas e metas inicialmente definidas. No âmbito do programa de recolocação, entre 2015 e 2018, o país acolheu 1548 pessoas, menos de metade dos 4574 acordados. Acresce que devido a constrangimentos burocráticos e logísticos o processo de integração é difícil e complexo. Quem foge da guerra, da perseguição ou de crises ambientais não deve ter a sua vida bloqueada por processos kafkianos.”
No sentido de sublinhar a importância não só do acolhimento, mas também da integração
dos refugiados no nosso país este voto apresentado nas Assembleias Municipais pretende relembrar “o Estado Central para que sejam cumpridas todas as suas obrigações, tanto financeiras como logísticas no processo de integração”.
(Escrito por MFS)