O Posto da GNR de Caria, no concelho de Belmonte, começou a funcionar este mês com horário reduzido. Em comunicado, o Bloco de Esquerda de Castelo Branco, diz não aceitar como justificação válida o argumento do reduzido número de efetivos.
A Comissão Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda de Castelo Branco, exige que as autoridades políticas, nomeadamente o Ministério da Administração Interna, bem como o Comandante Geral da GNR revejam a política de encerramento e redução de funcionamento de Postos da GNR. Nesse sentido, a redução do horário de trabalho dos militares da GNR deve ser compensada com o recrutamento de novos militares, mantendo o atendimento 24h por dia e o patrulhamento.
O funcionamento parcial do posto de Caria, entre as 0h00 e as 8h00, entrou em vigor no início do mês de Julho, o que, segundo o Bloco, “não constitui uma novidade, pois já se assistiu à redução do horário do funcionamento do posto da GNR em 2018, funcionando apenas das 09h às 17h e só com um efetivo no atendimento.”
A “situação é inaceitável em qualquer altura, mas num período de pandemia, onde as forças de segurança têm um papel decisivo no auxílio às autoridades sanitárias na implementação de medidas de controle da doença causada pelo novo Coronavírus, não nos parece uma decisão acertada”, pode ler-se no comunicado, bem como preocupação relativamente a um possível acréscimo de criminalidade, incluindo violência doméstica, motivado pelo confinamento e pela desregulação laboral.
Neste sentido, o Bloco de Castelo Branco, considera que a decisão “afeta a segurança real, bem como a percepção de segurança de uma das principais freguesias do concelho de Belmonte” As populações rurais, já de si mais isoladas, não podem ser abandonadas, lembrando que o Estado “deve assumir a responsabilidade de igualdade de acesso aos serviços públicos a todos os Portugueses e Portuguesas.”
Consideraram ainda que este não é o caminho para “a defesa dos territórios de baixa densidade”, que “não se faz com proclamações retóricas nem com a constituição de unidades de missão ou Secretarias de Estado deslocalizadas.” O interior defende-se, no entender do Bloco de Esquerda, através da manutenção de serviços essenciais, da valorização dos serviços públicos básicos e da reabertura de serviços que são fundamentais para o bem estar das populações.
Para o Bloco, a segurança, como uma das principais funções do Estado de Direito, não pode ser descurada “pois será a própria autoridade democrática do estado que pode ficar em causa”, “a segurança das populações não pode ser colocada em causa com base em políticas de poupança e cativações, pois a percepção da insegurança é um fator de instabilidade social e potencialmente causadora do aumento da criminalidade.”