O núcleo concelhio do Bloco de Esquerda do Fundão lamenta que o herbicida com glifosato continue a ser usado mesmo após a aprovação de uma moção na Assembleia Municipal pela sua abolição. O BE já tinha também proposto na Assembleia da República que o uso do glifosato seja banido do espaço público.
Na Assembleia Municipal do Fundão de abril de 2019, foi aprovada uma proposta do Bloco (21 votos a favor e 13 contra) que assumia a necessidade de serem estudadas outras soluções não químicas (métodos mecânicos, térmicos e outros), ao invés do uso de glifosato. O Bloco propunha banir o herbicida com glifosato do espaço público do concelho. Na altura, o BE referia que “os riscos do glifosato são hoje sobejamente conhecidos e discutidos em todo o mundo” e assim “tendo em conta todas as evidências científicas, a população do concelho do Fundão deve ser protegida e não ser exposta a este composto”.
O Bloco está preocupado com a aplicação do herbicida com glifosato nas ruas do Fundão, bem como pela forma como é aplicado, colocando em risco as populações e os próprios profissionais. “Não existe nenhum edital a informar da aplicação, nem em que zonas será aplicado, tal como o horário e o produto utilizado. A forma como é aplicado pelos funcionários da União de Freguesias do Fundão também não é a correta, já que a ponteira da pistola deve ser tendencialmente gota a gota e não com efeito nevoeiro. Para além disto, por exemplo, é necessário informar os apicultores dos locais onde é aplicado o produto numa área de 1500 metros e isso também não é feito.”
Em dezembro do ano transato, o BE propôs também na Assembleia da República que o uso do glifosato fosse banido do espaço público, nomeadamente ruas, passeios, esplanadas e praças. Mesmo sem imposição legal já foram várias as autarquias a avançar para a proibição do uso deste perigoso componente. Para além disto propunham a proibição da venda a não profissionais e defende a análise à sua presença na água dos sistemas de abastecimento seja obrigatória para garantir a sua qualidade e a confiança da população na água que corre nas suas torneiras.
Escrito por JL