Câmara Municipal de S. Pedro do Sul foi alvo de buscas pela Polícia Judiciária de Aveiro. Em causa estão suspeitas relacionadas com contratos públicos e relações familiares que poderão ultrapassar os cinco milhões de euros.
Na terça-feira a PJ passou o dia nas instalações da Câmara, onde foram consultados vários documentos. Os contratos alvo de investigação dizem respeitos a empresas cujos sócios-gerentes fazem parte ou têm familiares na Assembleia Municipal ou têm responsabilidades autárquicas.
O presidente da autarquia, do PS, Vítor Figueiredo, confirmou o sucedido ao Jornal do Centro. “Houve uma queixa e ela tem de ser investigada, ações normais. Quando há queixas as entidades têm de ver e acho bem que assim seja”. Demonstrou-se ainda tranquilo com a investigação, lembrando que tanto ele como o vice-presidente já foram alvo de denúncias e que as queixas foram arquivadas.
Um dos casos suspeitos envolverá contratos realizado entre a autarquia e duas empresas geridas, pelo menos até 2018, pelo tio paterno do vice-presidente, entretanto condenado pela justiça portuguesa. As adjudicações em causa correspondem a valores superiores a quatro milhões e 790 mil euros.
O vice-presidente Pedro Mouro afirmou não haver “qualquer impedimento legal”, desvalorizando a relação familiar “de terceiro grau” e “enquadrado na lei”. Frisou aí que os processos por ajuste direto não tiveram a sua intervenção e que “as empresas em questão já eram fornecedores da autarquia antes de ter sido eleito”, “estou de consciência tranquila”.