O Conselho de Segurança Nuclear (CSN) deu hoje, 12 de julho, em Madrid, parecer negativo ao pedido de autorização para a construção da fábrica de concentrados de urânio em Retortillo, perto da fronteira portuguesa, a norte de Vilar Formoso.
Ambientalistas, não só espanhóis como também portugueses, têm-se posicionado e manifestado contra a instalação da mina de urânio em Retortillo (Salamanca), a apenas cerca de trinta quilómetros da fronteira entre Portugal e Espanha.
Segundo notícia da Lusa, o motivo apontado para o parecer “desfavorável” ao pedido deve-se à “baixa fiabilidade e nas elevadas incertezas das análises de segurança da instalação radioativa em relação aos aspetos geotécnicos e hidrogeológicos”.
Acrescentam ainda que as avaliações realizadas sobre a documentação que acompanha o pedido apresentado pela empresa Berkeley Minera Espanha detetaram “numerosas deficiências ao longo da avaliação”.
De seguida, o parecer técnico será submetido ao Ministério da Transição Ecológica e do Desafio Demográfico de Espanha, a quem compete a decisão final sobre a matéria.
O parecer “desfavorável” já faz sentir os seus efeitos. De acordo com a Lusa, ao início da tarde, a Berkeley Energy estava a cair mais de 12% na bolsa de Madrid ao início da tarde.
Em 2015, a Berkeley obteve a autorização para uma instalação radioativa de primeira categoria do ciclo do combustível, com validade até setembro de 2020. Porém, a decisão final estava dependente do relatório da CSN.
Já no início deste ano, a CNS informou ter recebido pressões da empresa, através do envio de várias cartas por gestores da entidade e membros do Governo de Castela e Leão, além de vários investidores.
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