O serviço de obstetrícia do Hospital Amato Lusitano sofre baixa, após uma das médicas no serviço de obstetrícia ter pedido a demissão, deixando o lugar em março. Sindicato dos Médicos da Zona Centro já haviam alertado para o risco de encerramento da maternidade pela possibilidade de falta de profissionais. Bloco de Esquerda também já demonstrou preocupação com as condições da Unidade Local de Saúde de Castelo Branco (ULSCB).
Após dois meses do alerta por parte do Sindicato para a falta de condições de trabalho dos profissionais de saúde no Hospital Amato Lusitano, nomeadamente no serviço de obstetrícia, que poderia até levar ao fecho da maternidade, a vice presidente do Sindicato dos Médicos da Zona Centro refere ao jornal Reconquista que “Desde essa visita do sindicato não houve nenhuma movimentação no sentido de melhorar as condições de trabalho e uma das colegas mais jovens que ainda tem uma perspetiva de carreira, na ausência de soluções, viu-se quase obrigada a rescindir o contrato”. Alertaram ainda o conselho de administração para que “que não havendo uma melhoria das condições de trabalho seria muito difícil conseguir novas contratações”. Garantem ainda que não foi feita nenhuma proposta de melhoria de condições de trabalho para a médica demissionária.
Vitória Martins aponta a sobrecarga de trabalho e o excesso de horas na urgência como o principal motivo desta demissão e que estes problemas geram dificuldades para atrair novos médicos. Remete ainda responsabilidade para o Ministério da Saúde a as suas políticas indicando que “Não é com os atuais incentivos que se está a conseguir. Tem a ver com políticas, mas também com a própria capacidade do conselho de administração em promover as condições de trabalho”.
A administração da ULSCB indicou que já foi autorizada a contratação de médico especialista em ginecologia e obstetrícia pela Ministério da Saúde, considerando que o problema ficaria assim resolvido.
Em dezembro, o Bloco de Esquerda já tinha mostrado a sua preocupação com o possível encerramento do Serviço de Neurologia, provocado pela mesmo motivo, a falta de médicos da especialidade. Consideram ainda que “a partir do momento em que o seu orçamento e plano de atividades anual é homologado pela tutela, as instituições do Serviço Nacional de Saúde não devem ficar dependentes de autorizações para a contratação de profissionais ou para a realização de pequenos investimentos”, e que “o SNS deve ainda ser excluído da aplicação da Lei dos Compromissos”. O BE alertava já na altura para o risco de encerramento da Maternidade do Hospital Amato Lusitano (HAL) pela falta de profissionais na área de Ginecologia/obstetrícia.
Escrito por JL