Figueira de Castelo Rodrigo: “concelho em luta por uma consulta”

Ontem, a população de Figueira de Castelo Rodrigo manifestou-se contra a falta de médicos no Centro de Saúde local. Bloco de Esquerda exige investimento e valorização do SNS.
Manifestação Figueira de Castelo Rodrigo 2024
Foto do Facebook do Município de Figueira de Castelo Rodrigo

No Centro de Saúde de Castelo Rodrigo há dois médicos para 5.500 utentes. A partir de dia 13 de fevereiro ficará apenas um. 

Face a este cenário, a população local manifestou-se ontem: cerca de 200 pessoas participaram numa marcha lenta entre a Câmara Municipal e o Centro de Saúde. A falta de respostas deixa doentes crónicos sem acompanhamento regular e exige que os bombeiros realizem mais transportes para o Hospital da Guarda, que fica a cerca de 70km. “Figueira de Castelo Rodrigo na luta por mais médicos”, “concelho em luta por uma consulta” e “sem médicos estamos entregues a nós próprios” são alguns exemplos do que se pode ler nos cartazes dos manifestantes. 

A candidata do Bloco de Esquerda às Legislativas de 10 de março pelo círculo eleitoral da Guarda, Beatriz Realinho afirma que “o desinvestimento que se tem vindo a fazer sentir, no SNS é uma constante. Sente-se a falta tanto de recursos materiais como profissionais que acabam por resultar em falhas para com os utentes. Neste cenário, em todo o Serviço Nacional de Saúde, a ULS da Guarda tem sido desvalorizada e transformada, cada vez mais, num serviço mínimo, e tal faz-se sentir em diversas unidades de saúde, como é o caso do Centro de Saúde de Figueira de Castelo Rodrigo, pois vemos que se chegou a um ponto de rutura. Consideramos que em prejuízo ficam os habitantes da região, que vêm mais distante o acesso a cuidados de saúde, assim como a própria saúde de todos/as os/as profissionais do SNS, pois pode existir uma perda de eficiência nos cuidados por esgotamentos ao encontrarem-se sobrecarregados”. 

Uma sondagem da Universidade Católica revela que a saúde é o tema que os inquiridos mais gostariam de ver tratado em campanha eleitoral. A este nível, Beatriz Realinho acrescenta que “o Bloco de Esquerda defende que é necessário: um reforço do número de trabalhadores/as da ULS; a verificação dos concursos de ingresso e de promoção já concluídos na ULS que não receberam cabimento orçamental; um reforço e aprofundamento das valências dos serviços de saúde de proximidade; revisão e alargamento dos apoios à fixação em zonas carenciadas, nomeadamente, através da cobertura de despesas com habitação; revisão de todas as carreiras e posições remuneratórias; um regime de exclusividade tem de ser aplicável a todos os trabalhadores, com majoração de 40% do salário e com outros incentivos associados”.

Related Posts
Skip to content