Desde setembro de 2018 que o Centro de Formação Profissional de Viseu, tutelado pelo IEFP, tem sido alvo de queixas por parte dos formandos pelas condições das refeições disponibilizadas na cantina. Esta cantina é gerida por uma empresa privada, mas apesar das contínuas reclamações das quantidade e qualidade das refeições, a direção do IEFP não deu resposta até ao momento, descurando o seu dever institucional de zelo pelo bem-estar dos seus formandos. Por parte da empresa que gere a cantina não houve também qualquer alteração do seu comportamento, adequando o seu trabalho, a sua missão, ao cumprimento das mais elementares normas de serviço público – como a garantia de uma refeição suficiente em termos de quantidade e qualidade – a que foi concessionada.
Os exemplos são variados e flagrantes: uma formanda – que preferiu manter o anonimato por receio de eventuais represálias – refere, por exemplo, que até há pouco tempo, aos alunos era-lhes disponibilizado óleo alimentar em vez de azeite – ainda que o reservassem para professores, funcionários e para os membros da direção e outros órgãos administrativos. As reclamações sobre a má confeção da comida são constantes, um exemplo clarificador são as sopas aguadas, sem conteúdo alimentar razoável, e a diminuta quantidade de comida oferecida aos aluno. É igualmente de destacar o crescente número de formandos que paulatinamente foram deixando de frequentar a cantina, prescindindo, automaticamente, da alimentação diária a que tinham direito – que, por seu turno, não é comutável pelo subsídio de alimentação.
Este assunto foi denunciado pelo Bloco de Esquerda de Viseu que afirma compreender que “a empresa que gere a cantina, sendo privada, tenha em atenção o seu balanço financeiro e as suas margens de lucro, mas para a obtenção do lucro não pode valer tudo, mais ainda quando as receitas desta provêm de fundos públicos, na forma de parceria público-privada. Também às instituições do sector público cabe garantir o regular bom funcionamento no que concerne ao provisionamento de bens essenciais ao bem-estar dos formandos e formandas como a alimentação.”
(Escrito por MFS)