Quando o consumo mensal aumenta, os preços de água, saneamento e resíduos disparam em muitas autarquias, com o Fundão em primeiro lugar. Covilhã e Vila Pouca de Aguiar também aparecem nos dez concelhos com maiores subidas. A fatura da água continua a ser mais cara onde há concessões.
Os dados são do mais recente estudo às tarifas da água em vigor em 2020 da DECO proteste, que conclui que Portugal continua a ter acentuadas disparidades de preço e métodos de cobrança de água, saneamento e resíduos muito diferentes entre municípios.
O estudo dos 924 tarifários existentes conclui ainda, à semelhança do que ocorreu em anos anteriores, que as tarifas de abastecimento de água são mais elevadas nos municípios que realizaram contratos de concessão com entidades gestoras.
Os concelhos de Santo Tirso, Trofa e Vila do Conde são os municípios com a fatura da água mais cara do país. Um cidadão da Trofa paga mais 439 euros que um cidadão de Vila Nova de Foz Côa, um concelho onde o serviço, com gestão municipal, é o mais barato.
O valor a pagar a mais quando se excede o consumo dos 120 m3 de água por ano (10 m3 por mês) e se atinge o patamar dos 180 m3 anuais (15 m3 por mês), dispara nalguns municípios. Somando as subidas no abastecimento, saneamento e resíduos, a autarquia do Fundão lidera na maior diferença, passando de 348,82 para 667,56 euros, uma diferença de mais 318,74 euros. A Covilhã aparece em terceiro lugar nesta lista, com uma subida de 283,62 euros. Já em Vila Pouca de Aguiar, em nono lugar, a subida é de 187,20 euros.
O abastecimento é a parcela mais elevada da fatura da água na maioria dos municípios (84%), o que se acentua com a transição para um gasto superior. No Fundão, só no abastecimento, o salto é de 143,34 euros: de 183,15 para 326,49 euros. Nos dez concelhos com uma penalização mais acentuada em termos de abastecimento consta ainda Vila Pouca de Aguiar (mais 106,20 euros), Macedo de Cavaleiros (mais 99 euros) e Mirandela (mais 98,40 euros).
O saneamento das águas residuais é outro componente das faturas da água que pesa na carteira. O aumento do preço, ao se passar do consumo de 120 m3 para 180 m3, é também aqui significativo, com a Covilhã em primeiro lugar, com mais 161,88 euros no fim do ano. O Fundão surge em segundo lugar, com a variação mais acentuada e mais 143,34 euros. Vila Pouca de Aguiar também consta desta lista, com mais 81 euros.