Autarca de Mesão Frio contesta que hotel no Douro possa ser chumbado por colocar em causa Património Mundial

Mesão Frio
Foto por Nmmacedo, CC BY-SA 3.0 <https://creativecommons.org/licenses/by-sa/3.0>, via Wikimedia Commons
A classificação como Património Mundial da UNESCO do Douro Vinhateiro poderá ser colocada em causa com a aprovação da construção de um hotel em Mesão Frio. Mesmo assim, o Presidente da Câmara local defende a construção do empreendimento.

 Segundo o Jornal de Notícias (JN), Alberto Pereira, Presidente da Câmara de Mesão Frio é perentório: “sem investimento há paisagem, mas não temos gente”. Sublinhando ainda que “não se pode brincar com coisas sérias e dar o dito por não dito”.

O autarca refere-se ao facto de o projeto, com cerca de 13 anos, estar previsto no Plano de Pormenor da Rede, aprovado em 2010, não percebendo, nas declarações ao JN, “porque se levanta este problema numa fase final no processo”.

Porém esta não é a primeira vez que o projeto corre o risco de ser chumbado. O licenciamento pela sociedade Douro Marina Hotel, propriedade de Mário Ferreira, já foi recusado por duas vezes, a última em abril de 2018, quando foi chumbado devido à Avaliação de Impacto Ambiental, segundo o Público.

Neste momento encontra-se, novamente, em consulta pública, no portal Participa.pt, até dia 29 de janeiro. Um parecer da organização ICOMOS, ligada à UNESCO. considera que “ a intervenção proposta afeta diretamente os critérios que serviram de base para a inscrição do bem na lista do Património Mundial”.

Parecer fundamentado pelo facto de a construção do hotel alterar “permanentemente a paisagem que reflete os processo vitivinícolas”, considerados “atributos importantes de valor universal excecional”. Algo que Alberto Pereira desvaloriza, considerando que o mais importante é a promessa da criação de 200 postos de trabalho diretos e muitos mais indiretos.

Esta componente de valorização socioeconómica também é considerada e contestada no parecer do ICOMOS, que alerta para a incerteza do comportamento do turismo num período pós-pandémico e para que não há falta de camas na região, recomendando ao Governo que chumbe a proposta.

 

Hotel em Mesão frio pode levar o Douro a perder estatuto de património da humanidade

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