Estudo comprova que as árvores mantêm as cidades mais frescas

Uma das cidades analisadas no estudo europeu foi Viseu, onde a diferença registada de temperatura entre as áreas com árvores e as áreas urbanizadas foi de cerca de 5ºC.
Fontelo
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Segundo artigo do Público, o estudo publicado na revista científica Nature Communications que explorou o efeito refrescante das árvores nas cidades europeias, conclui que as áreas com árvores são entre duas a quatro vezes mais frescas do que os espaços verdes urbanos sem árvores.

Outra das conclusões é que o efeito das árvores nas temperaturas da superfície terrestre se sente mais intensamente na Europa Central do que no Mediterrâneo.

Em Portugal foram estudadas cinco cidades (Coimbra, Faro, Lisboa, Porto e Viseu), entre 23 cidades europeias. Para cada uma delas foi calculada a diferença de temperatura entre as áreas com árvores e as áreas urbanizadas. 

“Na maioria das cidades, as temperaturas eram cerca de cinco graus Celsius mais baixas em espaços com árvores do que as áreas urbanizadas”, referiu ao Público Jonas Schwab, investigador no Instituto para a Ciência Climática e Atmosférica (na Suíça) que liderou o estudo. 

Em Viseu, a diferença da temperatura entre os espaços com árvores e as áreas urbanizadas é de 5,1 graus Celsius. Em Coimbra, essa diferença é de 9,7 graus. Já em Lisboa é de 4,5 graus, no Porto, de 4,9, e em Faro, de 5,5.

Quanto às diferenças entre parques e espaços verdes urbanos sem árvores e as áreas urbanizadas, o estudo verificou que os espaços verdes urbanos têm, em média, temperaturas cerca de dois graus mais baixas do que as áreas urbanizadas. 

Em Viseu, a diferença da temperatura entre os espaços verdes sem árvores e as áreas urbanizadas é de 1,66 graus Celsius. Em Coimbra, essa diferença é de 3,82 graus. Já em Lisboa é de 0,09 graus, no Porto, de 2,65, e em Faro, de 1,7.

Mas o investigador que liderou a equipa do estudo alerta para que seja tido algum cuidado na interpretação dos valores individuais de cada cidade. “Por exemplo, não deve ser correcto que a diferença de temperatura entre as árvores e as áreas urbanizadas seja muito mais alta em Coimbra do que nas restantes cidades.” Por isso, indica, de acordo com o Público, que faz mais sentido ter em conta a média entre todas as regiões.

O estudo foi feito com base em dados de satélites sobre a temperatura da superfície terrestre. Está entre vários que têm vindo a ser publicados demonstrando como as árvores conseguem diminuir o calor urbano e como isso pode estar ligado a impactos na saúde. 

Ao longo do estudo, também foi observado que as áreas com árvores nas cidades e os espaços verdes urbanos sem árvores tinham efeitos refrescantes muito diversos nas diferentes regiões da Europa, sendo o efeito das árvores nas temperaturas da superfície terrestre mais elevado no Centro do que no Mediterrâneo.

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