Hospitais do Interior com largos tempo de espera para Cirurgia

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Segundo dados divulgados no Portal do Serviço Nacional de Saúde o Centro Hospitalar Tondela-Viseu (CHTV) está entre as instituições de saúde com maiores tempos de espera para cirurgia. Tal como com o Hospital Garcia de Orta e os IPO de Lisboa e do Porto, o CNTV têm taxas que variam entre os 31 e os 38% (por cento).

Em 2018 foram definidos novos Tempos Máximos de Resposta Garantidos em que ficou estabelecido que uma cirurgia programada de nível 1 (o menos grave) passava de 270 dias para um tempo recomendado de 180 dias. No caso de de cirurgias oncológicas o tempo recomendado varia entre 72 horas e os 60 dias. No caso de cirurgias muito prioritárias o tempo máximo de resposta garantido é de 15 dias.

Esta alteração interferiu com o aumento dos números das listas de espera, mas outro dos fatores relacionados foi a greve dos profissionais de saúde que ocorreu no ano passado. Em declarações ao Jornal do Centro, fonte do CHTV diz que a administração tem “conhecimento desta situação” e que “está a trabalhar na resolução deste problema”.

No entanto, o CHTV não é caso único no Interior. Em Viseu são vários os serviços que ultrapassam largamente o tempo máximo de resposta garantido para cirurgias consideradas menos prioritárias, 385 no serviço de Neurologia, 358 dias na Cirurgia Maxilo-Facial ou 361 dias no serviço de Oftalmologia, por exemplo. Porém, nos serviços de Oftalmologia do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro existem dois hospitais com largos tempos de espera, a saber, 254 dias no Hospital Distrital de Chaves e 239 dias no Hospital São Pedro de Vila Real. No Hospital Distrital de Bragança o tempo de espera para cirurgia oftalmológica é de 182 dias. No caso de Bragança acresce que as cirurgias oftalmológicas consideradas muito prioritárias superam o tempo máximo de resposta garantido por lei em 10 dias.

O caso dos serviços de Otorrinolaringologia também são exemplo de uma grave derrapagem nos tempos de espera para cirurgias classificadas como pouco graves. Os dias de espera ultrapassam largamente os 180 garantidos pela Portaria n.º 87/2015 de 15 de março. Assim, temos o Hospital São Pedro de Vila Real e o Hospital Amato Lusitano em Castelo Branco com 263 dias de espera, o Hospital Sousa Martins na Guarda com 239, o Hospital Distrital de Bragança com 214, Hospital São Teotónio em Viseu com tempos de espera de 206 dias e o Hospital Distrital de Lamego com 198 dias.

O número que quebra todas as escalas são os 679 dias de espera para o Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital São Pedro em Vila Real.

Estes dados, que se reportam ao final de março deste ano, indicam que de 2015 para agora houve um aumento de 10,6% para 18,5% de utentes inscritos no Sistema Integrado de Gestão, inscritos para Cirurgia, que aguardam para ser operados há mais tempo do que o recomendado. Se falarmos em números e não em percentagens, estamos a falar de 45.183 pessoas.

(Escrito por MFS)

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