Desde julho que a população de Cogula, Trancoso, contesta a construção de uma refinaria de bagaço de azeitona nas proximidades da aldeia. Nessa data a Câmara Municipal garantiu que não existia qualquer pedido de licenciamento, mas as suspeitas da instalação desta unidade regressam agora com o início de movimentações de terra no local.
À Lusa, Vitor Pereira, um dos contestatários, disse que “se a instalação de [uma] refinação de bagaço de azeitona, ou outra, se concretizar, será uma tremenda agressão ambiental e social, não só para a freguesia da Cogula, como para as freguesias contíguas, envenenando o ar que se respira, com a aldeia da Cogula, a mais próxima, e outros lugares em outras freguesias a ficarem ainda mais despovoados, com a qualidade de vida a regredir, os idosos e mais débeis a sofrer com o que não merecem, com mais doenças e que mais depressa nos vão deixar”.
Também a Comissão Coordenadora Distrital da Guarda do Bloco de Esquerda emitiu um comunicado em que enuncia várias preocupações acerca deste que, a verificar-se, “será um processo contaminante de solos, águas e ar de toda uma região, hipotecando o futuro das gerações que ali queiram viver”.
Quando estas preocupações foram levantadas em julho, o Município de Trancoso garantiu que não dera entrada até ao momento qualquer projeto deste âmbito. “Seremos exigentes e estaremos na defesa do ambiente e das populações também.” assegurou Amílcar Salvador, presidente do Município de Trancoso.
Para o Bloco “esta atividade é conhecida por afetar gravemente as populações onde se instalam, nomeadamente através da emissão de partículas cancerígenas e procedendo a descargas na linha de água” e no sentido de esclarecer esta situação “o Bloco de Esquerda irá questionar o Ministério do Ambiente sobre esta situação por forma a tranquilizar os habitantes desta região”.
(Escrita por MFS)