Interior perde vagas no acesso ao Ensino Superior em 2024

Instituições de ensino dos distritos de Bragança, Guarda e Castelo Branco são as que mais perdem lugares no arranque do concurso nacional de 2024, em detrimento das duas grandes cidades do litoral.
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Foram divulgadas as listas de vagas de acesso ao Ensino Superior para o próximo ano lectivo (2024/2025), com Lisboa e Porto a ganharem mais vagas para quem quiser concorrer, e as cidades do interior com menos lugares.

Segundo avançou o Jornal Público, esta “tendência é resultado das regras criadas nos últimos anos, em particular das excepções que permitiram a abertura de cursos financiados pelo Plano de Recuperação de Resiliência (PRR) e que apostem em competências digitais.”

Há assim um desequilíbrio na distribuição de oferta de lugares nas instituições do Ensino Superior entre litoral e interior. As instituições que mais perdem lugares no próximo ano lectivo são o Politécnico de Bragança (menos 130), o Politécnico da Guarda (menos 48) e a Universidade da Beira Interior (menos 37).

Já Lisboa é a cidade que mais cresce, com o Iscte – Instituto Universitário de Lisboa a aumentar a sua oferta em 138 vagas. Seguem-se o Politécnico de Lisboa (mais 91 vagas), a Universidade do Porto (mais 45), o Instituto Politécnico de Coimbra (mais 33) e o Instituto Politécnico de Leiria (mais 28).

As instituições do interior perdem quase dois terços (64,4%) das vagas, enquanto que “53% dos cursos que vêem a sua oferta reforçada este ano localizam-se no Porto e, sobretudo, em Lisboa”, segundo o Público.

No entanto, a oferta global do Ensino Superior volta a ter um máximo histórico, de 54.454 vagas, mas este número ainda pode crescer até 30 de junho. O número de vagas disponíveis tem vindo a crescer consecutivamente desde 2019 (50.860), tendo atingido as 54.036 vagas em 2023.

Direito, Enfermagem, Gestão, Medicina, Eng. Informática e Computação são os cursos com mais vagas para o próximo ano lectivo.

Em declarações ao Público, Maria José Fernandes, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, diz ser “muito difícil às instituições de ensino superior do interior crescer quando têm, por vezes tão perto, instituições do litoral a competir pelos mesmos alunos.”

“As políticas públicas têm mesmo que olhar para o interior, senão nem os de lá querem ficar. O ensino superior tem estancado alguma saída de pessoas do interior do país. Feche-se o Instituto Politécnico de Portalegre, ou o Instituto Politécnico da Guarda ou o de Castelo Branco, e veremos o que acontece àquelas regiões.”, alerta Maria José Fernandes.

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