Num inquérito realizado entre 2 e 17 de janeiro deste ano, 91,4% dos 453 participantes, habitantes no Barroso, mostraram-se contra as explorações de lítio, tanto no concelho de Montalegre como em Boticas, num momento em que este negócio parece estar a avançar no país.
Segundo o Diário de Trás-os-Montes, David Archer referiu que “fomos muito bem recebidos pela comunidade local, existe um forte apoio ao nosso projeto…, a população está na expectativa da criação de empregos e está entusiasmada com as perspectivas de crescimento econômico proporcionado pela mina do Barroso…”, declarações contraditórias com a vontade da população inquirida.
O inquérito foi levado a cabo pelo media independente “Toda a Informação sobre o Lítio em Montalegre” e mostrou que 91,4% dos participantes no inquérito estão contra a estratégia do lítio nos concelhos do Barroso.
Neste estudo, 38% afirmam não querer um futuro industrial para a região, considerando que a região deverá virar-se para investimentos na economia rural e sustentável e também, através do desenvolvimento do turismo. Ainda 27% dos inquiridos, consideram que a biodiversidade é ameaçada pela indústria mineira, alterando o equilíbrio do ecossistema, da preservação paisagística, bem como, da qualidade da água.
Há também 16% das pessoas que não confiam na capacidade das instituições, tanto portuguesas como europeias, e das próprias empresas para proteger os interesses desta região. Estes inquiridos consideram que os benefícios destas explorações serão insignificantes ou negativos.
Por fim, 10% acreditam que a saúde e a qualidade de vida das populações será prejudicada pela exploração mineira devido à sua proximidade. Os inquiridos consideram ainda que as populações não têm sido ouvidas na tomada de decisões.