No dia 5 de junho várias dezenas de pessoas acompanharam os seus cães para uma manifestação contra a proibição de circulação com animais no Parque Alzira Claúdio, parque urbano do concelho de Carregal do Sal.
Esta manifestação vem no seguimento de uma reivindicação dos cuidadores de animais domésticos e do Bloco de Esquerda naquele concelho. Esta não tem sido atendida pelo executivo municipal.
Nos cartazes que ali foram escritos em nome dos animais, lê-se “Gostava de passear num sítio sem herbicidas!”, mensagem do Puto e do Bill, “Quero fazer amigos no parque” assinou o Eddie e outro participante escreveu “Se posso ir ao restaurante, porque não posso brincar no parque?”.
“é um resquício de políticas bolorentas que não nos interessam”
Em declarações ao Interior do Avesso, Diego Garcia, Deputado Municipal do Bloco de Esquerda, disse que o Bloco tem feito esta exigência desde a abertura do parque ao público, em 2018, tendo o presidente do município disse que levantava a proibição se o Bloco fosse recolher os dejetos dos animais.
Para Diego Garcia, este assunto não é o problema central do concelho, no entanto “é um resquício de políticas bolorentas que não nos interessam”, acrescentando que “concebem o concelho inclusivo e educador, que tenha um papel de educação ambiental e do ensino de boas práticas”.
“O centrão que tem governado este concelho ao longo dos anos, a palavra que mais gosta é o proibir”
Já Hermínio Marques, candidato do Bloco de Esquerda à Câmara Municipal do Carregal do Sal, disse que “é uma atitude persecutória, sem razão de ser, que deve ser rapidamente corrigida”, para o candidato “os animais devem poder entrar” tendo que haver consciência dos cuidadores para os as boas práticas, devendo o município investir na sensibilização, em pedagogia para o comportamento dos animais e dos seus donos.
“O centrão que tem governado este concelho ao longo dos anos, a palavra que mais gosta é o ‘proibir’, ‘proíbe-se isto, proíbe-se aquilo, e nós estamos aqui contra mais esta proibição”, porque o espaço público é para ser usufruído por todos. Releva ainda que “os cães são animais, e não coisas, como acontecia no Estado Novo”, e merecem ser tratados com dignidade.