Mega-hotel no Douro para vistos gold sem estudos prévios

Notícia do Público de hoje confirma denúncias do Bloco de Esquerda do Peso da Régua sobre o empreendimento turístico de luxo projetado para os terrenos da antiga fábrica Milnorte, não havendo qualquer licenciamento para o mesmo.
milnorte imagem aérea
milnorte imagem

Notícia do Público de hoje confirma denúncias do Bloco de Esquerda do Peso da Régua sobre o empreendimento turístico de luxo projetado para os terrenos da antiga fábrica Milnorte, não havendo qualquer licenciamento para o mesmo.

O Bloco de Esquerda do Peso da Régua tem vindo ao longo do ano a denunciar este investimento de 60 milhões, que “não diz nada” à população, estando a ser vendido no mercado dos vistos Gold. Para além do mais, o projeto desenhado para aquele terreno,  propriedade da Blend in Douro, não se encontra licenciado, apesar do anúncio no seu site. 

O projeto, que se encontra em pleno território classificado pela UNESCO como Património Mundial, carece de “avaliação de impacto ambiental, plano de pormenor ou licenças camarárias”, como afirma o Público. 

A Blend in Douro apresenta este projeto no seu site como “Um projeto multiusos construído entre os socalcos de vinha do deslumbrante Vale do Douro com 11 hectares sobranceiros ao rio Douro com uma frente ribeirinha de cerca de 500 metros. O projeto consiste em um hotel resort 5 estrelas com 80 suítes, 60 vilas luxuosas, todas com piscina infinita à beira do rio, spa, restaurante panorâmico, marina, quadra de tênis e padel, minigolfe, vinhedos e estação de trem privativa.”

Logo a seguir, no seu site, a empresa vende a ideia apresentando um plano de investimento através dos Vistos Gold para este empreendimento turístico.

O BE tem defendido que este espaço deva ser aproveitado para responder à necessidade de investir num espaço de fruição do Douro para as pessoas que vivem e visitam o Peso da Régua. Um espaço dedicado ao lazer, desporto e cultura, servindo assim os interesses da população e não os interesses privados e de uma classe alta.

Tal como afirma o militante do BE Vasco Valente Lopes, na sua página de facebook: o projecto do Hotel e Villas para os antigos terrenos da Milnorte NÃO ESTÁ LICENCIADO por nenhuma das entidades competentes. O anúncio desse investimento, feito por José Manuel Gonçalves em plena campanha para as autárquicas, não passou de um ato de irrefletido, por ter vindo a público que o único terreno do concelho onde é possível construir uma praia fluvial e um centro de desportos náuticos está a ser entregue de mão beijada à elite financeira com claro prejuízo para a população da Régua. 

José Manuel Gonçalves, Presidente da Câmara Municipal do Peso da Régua, disse ao Público que a intenção do BE é “demagógica”. Ao que Vasco Valente Lopes responde: “Demagogia, Sr Presidente, é continuar a insistir que os reguenses têm contacto e francos acessos ao rio, quando todos os verões as crianças da Régua precisam de fazer 3h de autocarro para ir molhar os pés ao Azibo. Não seria muito melhor para todos que as crianças fizessem 4 minutos de comboio? Quantas pessoas dos concelhos vizinhos viriam usufruir de um equipamento deste tipo e gastariam dinheiro no nosso comércio local? Ainda está a tempo de fazer o que é correcto e ficar bem na fotografia. Tem é que ir contra os interesses do grande capital e para isso é preciso coragem.”

O jornal Público confirma assim aquilo que o Bloco de Esquerda tem vindo a denunciar ao longo do ano. 

Para o BE do Peso da Régua, os terrenos da Milnorte podem e devem pertencer a população da Régua e do Douro. Aquele pode e deve ser um espaço dedicado ao desporto, a interação social e a cultura. Se existe um PDM que permite a construção de um investimento e de certeza que terá as licenças camarárias necessárias, qual o impedimento para a construção de um parque da cidade?”, lê-se no facebook.

A Milnorte tratava-se de uma empresa de exploração de silício, que operou entre os anos 70 e 80, localizada na margem da albufeira da barragem de Bagaúste. O seu desmantelamento foi levado a cabo no início dos anos 2000. Neste momento o espaço encontra-se devoluto, com um depósito de lixo ilegal, e sem uma utilização futura clara.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts
Skip to content