Militantes do Chega acusados de agressões homofóbicas em Viseu

Segundo notícia adiantada pelo Expresso, as agressões terão acontecido à porta da sede do partido. Os agressores serão afetos à candidatura do Chega à Câmara Municipal. Bloco de Esquerda já reagiu, repudiando qualquer tipo de violência contra pessoas LGBTI+.

O episódio, que terá ocorrido ao final da tarde de quarta-feira, foi confirmado pela PSP de Viseu que foi chamada ao local para acabar com a situação que envolveu dois militantes do Chega e um homem.

Segundo testemunhas referidas pelo Jornal do Centro, a situação de agressão através de palavras injuriosas, provocações e ofensas relativamente às orientações sexuais da vítima seria recorrente.

Reação do Bloco de Esquerda: “Repudiamos qualquer tipo de violência LGBTI+ fóbica”

Em comunicado, o Bloco de Esquerda já reagiu, sublinhando que “chegou o momento de refletir sobre qual o futuro autárquico. Viseenses, com o fim das maiorias absolutas, quem querem a influenciar as decisões do município? As forças de extrema direita, seja do Chega ou da Iniciativa Liberal, ou, pelo contrário, o Bloco de Esquerda? Uma força que procura o fim da opressão sobre quem não responde a um padrão normativo de sociedade, bem como da exploração, que atira quem trabalha para a pobreza.”

O partido lembra que ao longo dos anos tem levado os direitos LGBTI+ aos órgãos autárquicos onde tem representação, acrescentando que o “assunto que já foi desvalorizado, escarnecido e até negado. Nunca é demais lembrar que um voto de louvor à 1.ª Marcha Pelos Direitos LGBTI+ em Viseu foi chumbada na Assembleia de Freguesia de Viseu, por alegadamente não haver necessidade deste tipo de manifestação, uma vez que Viseu já era ‘tolerante’.”

No dia do Orgulho LGBTI+, 28 de junho, o Bloco apresentou na Assembleia Municipal uma moção para declarar Viseu “Zona de Liberdade LGBTI+, aprovada por unanimidade. “Mas é preciso que tal se reflita na prática. Defendemos que para a construção de um concelho verdadeiramente livre para todas as pessoas é necessária a urgente criação de um Plano Municipal que desenhe políticas públicas promotoras dos direitos da comunidade LGBTI+.”

“Viseu só será a melhor cidade para se viver se escolher não ficar indiferente ao crescer do ódio, da violência, da discriminação e da segregação em relação às pessoas LGBTI+.
Mas, erguendo esta bandeira, o Bloco tem estado também na rua. Esteve na rua em 2005, na manifestação STOP Homofobia, contra os ataques a homossexuais no concelho; esteve na rua nas três Marchas de Viseu Pelos Direitos LGBTI+, que ocorrem desde 2018; estará na rua e no espaço público sempre que necessário conta a violência. Assim como contra a negação, desvalorização e normalização da violência dirigida a pessoas LGBTI+”, resume o Bloco.

O comunicado destaca ainda que “negar a violência ou assumir a neutralidade perante ela é alimentá-la. Ela existe, é uma realidade, das redes sociais e das ruas, onde a agressão a pessoas LGBTI+ cresce, legitimada pelo crescimento e legitimação em espaço público de posições de extrema direita.”

Assim, o Bloco de Esquerda remata com o compromisso de que “continuará a não se conformar e, sem medo, a dar voz às reivindicações da luta LGBTI+, na construção de um concelho sinónimo de liberdade para todas as pessoas, independente da sua orientação sexual e romântica ou expressão e identidade de género! O que faz falta? Um concelho de todas as cores, seguro para todas as pessoas.”

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