O Movimento cívico “UIVO – Por uma Reserva da Biosfera Meseta Ibérica livre de minas” surgiu na sequência de notícias que indiciam a exploração de uma mina a céu aberto em Calabor-Espanha que por se encontrar perto da fronteira, mais precisamente, do Parque Natural de Montesinho poderá vir a provocar impactos negativos na fauna e flora das áreas protegidas.
O Movimento aponta alguns argumentos para contestar a exploração de minas na Reserva da Biosfera Transfronteiriça Meseta Ibérica, considerando que o desenvolvimento destas regiões é comprometido e o abandono do mundo rural pode ser agravado, “na medida em que apenas promovem um escasso número de trabalhadores locais em detrimento da continuidade e da instalação de muitas outras atividades económicas verdadeiramente sustentáveis e em sintonia com a identidade do território.”
Consideram também que a atividade agrícola é prejudicada, citando exemplos como a castanha, a criação de gado ou a qualidade dos produtos endógenos, o que pode intensificar o abandono das localidades, com “consequências graves para a proliferação dos incêndios e disseminação de espécies vegetais invasoras.”
Para o Movimento cívico, a existência destas explorações causam a destruição do património natural, bem como, “a paisagem, a fauna, a flora, a salubridade dos solos, as águas subterrâneas e superficiais, o ar, o silêncio, o que obstaculiza inúmeros projetos que têm vindo a afirmar-se no âmbito do turismo da natureza e de cultura”, ao mesmo tempo que afeta a “estratégia económica e de investigação já delineada para este território”.
“Os tempos de pandemia mostraram que o futuro não passa pela concentração das populações em megacidades, mas sim por um modelo de desenvolvimento humanizado, tornando-se cada vez mais necessário e urgente assegurar a qualidade das regiões de baixa densidade populacional a todos quantos aqui decidem instalar-se, na medida em que se tornam verdadeiros defensores do património natural e cultural e atuam como agentes essenciais da coesão territorial do país” considera o Movimento cívico.
Por fim, notam que a premissa de que “não há desenvolvimento sem destruição do património das regiões de baixa densidade” é falsa, referindo que “os estudos requeridos para a sua avaliação carecem de rigor não permitindo uma real avaliação do que está em jogo”.
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