O rio Noéme, a jusante da confluência com o rio Diz, na Gata, ao longo do seu curso até desaguar no rio Côa, refere a Direcção do Núcleo Regional da Guarda da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza que “é pouco mais do que um esgoto a céu aberto”. A Quercus considera que a situação se agrava ano após ano e desconfia da possibilidade de descargas indevidas de ETAR´s vizinhas que prejudicam também o curso da ribeira das Cabras.
A Associação considera que mesmo após a requalificação levada a cabo pela autarquia guardense o problema se mantém, tendo apenas embelezado a paisagem. Salientam ainda o facto de a intervenção ter sido feita no Rio Noéme e não no rio Diz onde poderia ser criado um corredor verde em toda a sua dimensão com passagem pelo Parque Urbano do Rio Diz.
Consideram que as descargas provenientes da Fábrica Tavares junto ao nó da Gata são o maior fator de poluição para o Rio Noéme, mesmo que a empresa afirme que tem equipamento de tratamento de efluentes e de a Câmara Municipal afirmar que entre o estabelecimento industrial e a ETAR de S. Miguel as condutas estão construídas.
Em comunicado, a Quercus afirma que “em reunião recente, representantes da Águas de Portugal nos terem dito que esta ETAR tem capacidade para tratamento dos efluentes da fábrica Tavares, desde que aquela empresa se comprometa a dar cumprimento à legislação em vigor sobre o tratamento dos efluentes industriais. E que esse protocolo já existe, aguardando homologação da entidade tutelar.” Anunciam ainda que irão organizar um debate em data a anunciar em Cerdeira do Côa convidando autarcas das áreas envolvidas, empresários e Águas de Portugal.
Esta situação já não é nova e o Bloco de Esquerda já por várias vezes ao longo dos últimos anos (2014, 2016, 2018) demonstrou também a sua preocupação com a poluição no Rio Noéme, através de intervenções do seu deputado municipal da Guarda, Marco Loureiro.
Escrito por JL