Fenómenos de poluição no rio Paiva em Castro Daire, alegadamente por mau funcionamento das ETAR, têm sido divulgados pela Associação SOS Rio Paiva. O Bloco de Esquerda questionou duas vezes o Ministério do Ambiente sobre o assunto.
O rio Paiva já foi considerado um dos rios com melhor qualidade da água na Europa. Entretanto são vários os fenómenos de poluição que se têm verificado e que o Bloco de Esquerda tem acompanhado, na zona do concelho de Castro Daire, entre Reriz e Ponte de Cabaços, mas também em Arouca, Castelo de Paiva e Vila Nova de Paiva.
Estes fenómenos têm sido divulgados pela Associação SOS Rio Paiva que já realizou análises à qualidade da água num troço do rio onde as descargas são mais frequentes. Os resultados indicaram elevadas concentrações de Salmonella, o que representa um risco para a saúde de quem usufrui do rio.
Numa das suas deslocações, os representantes da associação detetaram que a Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) do Arinho, instalada recentemente em substituição da “obsoleta” ETAR de Ponte Pedrinha, se encontrava a efetuar descargas de efluentes diretamente e sem tratamento no rio. A ETAR de Ponte Pedrinha continua também ainda a operar e a efetuar descargas poluentes nas massas de água do Paiva.
Com o objetivo de ver investigados e resolvidos os focos de poluição do rio Paiva, o Bloco de Esquerda já questionou o Ministério do Ambiente e da Ação Climática “por duas vezes no período de um mês, sempre pela mão dos deputados Maria Manuel Rola e Nelson Peralta”, informa a Comissão Coordenadora Distrital de Viseu do Bloco de Esquerda.
Numa das perguntas, o Bloco descreve que as “águas do rio Paiva apresentam, com cada vez mais frequência, espumas e tons acastanhados que emanam maus cheiros e causam mal-estar à população que usufrui daquele curso de água, tal como danos à biodiversidade aquática e ribeirinha.”
O rio Paiva é um Sítio de Interesse Comunitário (SIC) da Rede Natura 2000, assumindo ,segundo o ICNF, “bastante importância para a conservação da fauna aquática e ribeirinha, sendo de destacar a toupeira-de-água (Galemys pyrenaicus), a lontra (Lutra lutra) e o lagarto-de-água (Lacerta schreiberi). É também importante para algumas espécies piscícolas endémicas, e para uma das raras populações de mexilhão-do-rio (Margaritifera margaritífera) que tinha sido considerada extinta.”
Por tudo isto, “o Bloco de Esquerda considera ser urgente eliminar, definitivamente, as descargas poluentes no rio Paiva”. Determinando, para tal, a origem dos focos de poluição, apurando responsabilidades e atuando nos termos da lei.
O Ministério do Ambiente é assim questionado, numa primeira pergunta, sobre o conhecimento dos episódios poluentes e sobre qual tem sido a ação das entidades competentes – SEPNA da GNR, IGAMAOT e APA, entre outras – em relação ao assunto.
O Bloco procura ainda esclarecer se a APA tem monitorizado o rio, quais são as entidades detentoras de título de utilização dos seus recursos hídricos e se o ICNF tem implementado ações de conservação no SIC Rio Paiva.
Numa segunda pergunta, mais recente, o partido questiona “porque motivos continua a ETAR de Ponte Pedrinha a descarregar efluentes poluentes no rio” e “porque razão a ETAR do Arinho tarda em funcionar corretamente”. É ainda feita insistência sobre quais as medidas que o Governo pensa tomar para “erradicar a poluição do rio Paiva”.
Pergunta: Poluição no rio Paiva devido ao mau funcionamento das ETAR de Castro D’Aire
Pergunta: Descargas poluentes no rio Paiva, sobretudo no troço que atravessa Castro Daire
1 comment