Lembrando que Portugal tem a taxa de emigração mais alta da Europa e uma das mais altas do mundo, Mariana Mortágua apontou que “um país que expulsa as gerações mais jovens é um país que está a desistir do futuro”.
A coordenadora do Bloco que participou este domingo num Almoço Comício do Interior, em Viseu, referiu que “não vale a pena inventar desculpas: o problema dos salários baixos não é o IRS. É mesmo o facto de os salários serem baixos”.
“Portugal é um país pobre porque paga salários pobres”, destacou.
Mariana Mortágua afirmou que, quando ouve Luís Montenegro a falar sobre a emigração de jovens vê “sempre aquele líder parlamentar do PSD que dizia o ‘país está melhor’, enquanto via saírem de Portugal 100 mil pessoas cada ano do seu governo”. “Nunca vamos esquecer esse governo que dizia aos jovens para emigrar, ou, nas palavras do então primeiro ministro do PSD, que saíssem da sua ‘zona de conforto’”, continuou.
A líder bloquista acusou a direita de propor “precariedade para os jovens e borlas fiscais aos milionários que os exploram, aos especuladores que os expulsam das casas, aos poluidores que lhes destroem o futuro”.
“Tomem nota: não há nenhum erro nem atraso da maioria absoluta que os partidos de direita não pretendam agravar”, vincou Mariana Mortágua, acrescentando que “o que a direita apresenta como suposto modelo de crescimento que é uma receita para o desastre: predação território e dos recursos, destruição ambiental, gente qualificada em trabalhos mal pagos”.
A coordenadora do Bloco alertou ainda que, “quando o dinheiro que era dos salários vai todo para lucros e dividendos, quer dizer que as desigualdades cresceram”. “Onde há baixos salários há injustiça e desigualdade”, disse Mariana Mortágua.
A dirigente bloquista lembrou que foi um acordo do Bloco com o PS que fez subir o salário mínimo “todos os anos, contra todos os agoiros que a direita convoca sempre que se trata de fazer justiça com quem trabalha”.
Perante a presente estagnação do salário mínimo, comido pela inflação, o Bloco propõe um aumento do mesmo, já este ano, para os 900 euros e um aumento real de 50 euros nos anos seguintes, sempre acima da inflação.
Os bloquistas defendem ainda uma medida simples contra a economia da desigualdade: leques salariais.
“Se uma empresa pode pagar salários altos a administradores e altos cargos, ótimo. Mas tem também de pagar bem aos seus trabalhadores. Administrações de luxo e salários de miséria são um insulto ao trabalho”, realçou Mariana Mortágua.
A coordenadora do Bloco avançou que “o país exige responsabilidade, consequência e vontade para fazer o que nunca foi feito: aumentos reais do salário mínimo e novas regras para fazer subir todos os salários: com mais força aos contratos coletivos, para que se acabe com o abuso da precariedade, dos horários longos demais, dos salários baixos demais”.
Notícia de Esquerda.net