Após a realização de uma inspeção extraordinária, a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) propõe o encerramento provisório da central termoelétrica da Bioenergy, em Vila Velha de Ródão.
A inspeção, com participação da DGEG, da APA e da CCDRC, detetou a degradação dos edifícios que integram o recinto industrial da Centroliva, nomeadamente no que diz respeito aos equipamentos de segurança existentes e à sinalização de segurança, segundo relatório a que a Lusa teve acesso.
A central termoelétrica, anteriormente denominada Centroliva, é uma unidade de produção de electricidade de origem térmica a biomassa (resíduos florestais, casca de pinheiro, serradura e bagaço de azeitona) localizada no Monte da Ordem em Vila Velha de Ródão, no distrito de Castelo Branco, atualmente pertencente à Bioenergy, Bioe – Sociedade de Produção de Energia, S.A., segundo informação no site do Município.
Em dezembro de 2020 o Município de Vila Velha de Ródão intentou uma ação popular administrativa, junto do Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco, visando a nulidade da licença de exploração para a central termoelétrica. Considerando que a central coloca em causa a saúde pública e o ambiente.
Apesar dos sucessivos e repetidos incumprimentos e dos episódios de poluição, que se arrastam há um ano, quer através de descargas de resíduos, quer de emissões para a atmosfera, a central tem conseguido manter-se a laborar.
Em abril de 2018, a APA chegou mesmo a determinar o encerramento da unidade, condenando então a empresa de ao pagamento de uma coima de 300 mil euros. No mesmo ano, na sequência de um inquérito iniciado em junho e de 2017 e terminado em janeiro de 2018, que apurou a existência de descargas poluentes nas ribeiras de Lucriz e do Açafal, o Ministério Público acusou a empresa de um crime de poluição e contraordenações graves, pedindo a suspensão da atividade, conforme noticiou o Reconquista.
O próprio Ministério do Ambiente já interviu para suspender a atividade da central, em novembro de 2017. A empresa retomou a laboração depois de o Tribunal Administrativo e Fiscal de Castelo Branco ter aceitado uma providência cautelar logo em novembro, decisão que confirmou em janeiro de 2018.
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