A Quercus alerta para os impactos negativos da construção de uma central fotovoltaica na zona do Cabeço Santo, entre as serras do Caramulo e do Brejo, adianta notícia do Jornal do Centro (JC). A Central Fotovoltaica do Cabeço Santo é um projeto da empresa Paraimo Green, que integra a Greenvolt, do grupo papeleiro Altri.
O parque solar previsto vai abranger mais de 147 hectares nos concelhos de Mortágua (distrito de Viseu), Águeda e Anadia (distrito de Aveiro), atravessando uma zona florestal, onde será necessário o abate de árvores.
A Quercus, segundo o JC, manifestou a sua posição depois de conhecido o estudo de impacte ambiental do projeto, alertando também para as consequências paisagísticas do mesmo. O dirigente da Quercus, Raul Silva, sublinha não ser contra a aposta nas energias renováveis, mas defende que a central poderia ser localizada noutros espaços.
“O que está aqui em discussão tem a ver com a conversão de espaços florestais numa estrutura que pode ser perfeitamente ajustada a outras soluções, nomeadamente a instalação em coberturas de unidades empresariais e industriais”, defende, citado pelo JC.
“Pode haver aqui alguns impactos como o elevado risco de erosão hídrica e a vegetação de espécies invasoras que poderão criar problemas. Os impactos paisagísticos também existem e são decorrentes, por exemplo, da instalação da linha elétrica que percorre toda a área desde o Caramulo até Anadia”, adverte ainda Raul Silva.
No caso de o projeto avançar, o dirigente alerta ser necessário que “se avalie uma compensação pelo abate da floresta” com a plantação de espécies autóctones na área e um plano de controlo das espécies invasoras.