Quercus preocupada com a poluição nos rios de Viseu

Foto por Interior do Avesso | Rio Dão
À margem de uma visita a rios e ribeiros com focos de poluição, a Presidente da Quercus, Paula Silva, considerou que deverão ser a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e as Câmaras municipais da área envolvida a solucionar a poluição das águas nos rios da região de Viseu.

Na passada quinta-feira, dia 12 de março, a Presidente da Quercus visitou rios e ribeiras nos concelhos de Nelas, Mangualde, Viseu, Tondela e Mortágua, bem como as Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) para “verificação da poluição proveniente dos resíduos” das ETAR ou zonas industriais.

Paula Silva visitou também no concelho de Nelas a ribeira de Pantanha, nas Caldas da Felgueira, a convite da Associação Ambiental em Zonas Uraníferas (AZU), que tem “poluição proveniente dos resíduos da Zona Industrial do Pisco”. No concelho de Tondela, visitou a ribeira de Dardavaz, poluída pela Zona Industrial da Adiça. Já no concelho de Viseu visitou o rio Dão, na zona de Póvoa Dão, em Silgueiros, onde considerou que a poluição deriva de esgotos não tratados. Ainda no rio Dão, visitou a ETAR Lavandeira de Mangualde, que abrange os concelhos de Carregal do Sal, Tondela e Santa Comba Dão, considerando que esta estação é também um foco de poluição.

Em declarações ao Jornal do Centro, Paula Silva refere que “Estamos a fazer um documento devidamente fundamentado para expor esta situação às entidades competentes, porque são coisas que se arrastam há muito tempo, mas tem de haver uma solução à vista, nomeadamente por parte das câmaras municipais e da APA”.

Considera ainda que apesar de não poder dar pormenores relativamente ao documento, uma vez que ainda o vai discutir com “todos os parceiros”, este não pode ser apenas uma recomendação, referindo que a exposição às entidades tem que ser forte.

“Existem coimas, mas depois as coisas continuam e as populações são afetadas e, neste caso, atinge toda a população do Centro e a qualidade da água que também penetra no solo e não se pode regar”. Para além disto, “não se sabe bem que químicos é que estão presentes e as suas consequências e isto tem efeitos nefastos” tanto no ambiente como nas populações.

Por sua vez António Minhoto, presidente da AZU referiu à agência Lusa que “esta poluição vai contra as normas europeias que dizem que os impactos ambientais nos rios têm de ser cada vez mais diminuídos”, considerando por isso que “é um crime” o que está a ser feito nas águas dos rios.

“Estamos numa barragem importante [da Aguieira], enquanto recurso natural de água, para efeitos de seca e junto das populações, uma vez que o rio Mondego serve a região de Coimbra. Estamos numa área de grande importância de recursos naturais e de defesa da água”.

Por fim, referiu que no próximo mês de julho haverá uma conferência sobre a água no distrito de Castelo Branco, envolvendo Tejo e Zêzere, e no distrito de Viseu envolvendo todos os rios desde o Mondego ao Douro.

Escrito por JL

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