Trabalhadores das AEC de Tondela perdem os seus direitos laborais

Fotos de Carlos Couto
Os trabalhadores das AEC – Atividades de Enriquecimento Curricular do Município de Tondela estão em protesto à porta do município devido à perda dos seus direitos. Em causa, está a passagem das AEC para a gestão privada.

O motivo do protesto é a passagem das AEC para a gestão privada de uma IPSS, a Tempos Brilhantes, uma instituição que trabalha em perto de 80 município, 140 agrupamentos escolares e com 150 mil alunos, com redução do valor por hora de 10,61 euros para 8,85 euros e a perda da compensação de fim de contrato, já que os contratos são de 9 meses. 

Também está em causa o fim do direito a descontar para a ADSE e com a afirmação de que o próximo ano letivo passarão para recibos verdes, sem a certeza da valorização da continuidade pedagógica, tempo de serviço, e sem que garantam que a antiguidade e experiência seja ponderada para a manutenção dos atuais docentes. 

Para além disto, também está o‌ fim do apoio para a deslocação para uma escola do Caramulo, a 37 km da sede do município, sendo que continua a não existir apoio para estes professores que andam de carro próprio entre escolas, muitas a mais de 20 km.

‌Estes fatores de precariedade juntam-se aos já existentes, como a ida para o desemprego, muitos sem qualquer prestação, como a ida para o desemprego durante 3 meses no fim do ano letivo.

‌Em declarações ao Interior do Avesso, membros da Comissão Coordenadora Distrital de Viseu do Bloco de Esquerda que estiveram presentes no protesto referem que “a estes trabalhadores foi-lhes garantido que este seria apenas um ano de transição para assim o município poupar 30 mil às custas da precarização dos trabalhadores, sendo que depois das eleições o objetivo é a IPSS passar a gerir sem obrigações de contrato com os trabalhadores”.

‌Estes trabalhadores já estiveram ontem concentrados à frente da Câmara Municipal, mas não foram recebidos nem pelo presidente da Câmara Municipal, José Antônio Jesus, nem pela vereadora Sofia Ferreira, que detém o pelouro da educação.

A distrital do Bloco informou que iria questionar o governo e o município sobre mais um “caso absurdo de precarização dos trabalhadores”, num “claro sinal do que acontecerá se o processo de municipalização do ensino avançar”.

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