A petição contra a construção do Museu Salazar abriu esta terça-feira um debate aceso no parlamento. Quem se opõe rejeita a turistificação da ditadura e a transformação de Santa Comba Dão num local de romaria de homenagem ao ditador.
A discussão teve como ponto de partida a petição da União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), com mais de 11 mil assinaturas contra a construção do museu em Santa Comba Dão, terra de origem de Salazar.
O debate que contou com a oposição do Bloco de Esquerda e do PCP, contou ainda com um único defensor declarado do projeto, José Rui Cruz, eleito do PS por Viseu. José Rui Cruz sublinhou que o centro projetado não é um museu e que o objetivo é estudar a história do Estado Novo, o que, considera, pode ser também uma “homenagem às vítimas”.
O discurso deste deputado é semelhante ao do Presidente da Câmara de Santa Comba Dão, Leonel Gouveia do PS, noutras situações e levanta as mesmas dúvidas sobre o que pretende realmente o projeto de conversão da Escola Cantina Salazar num espaço museológico dedicado ao Estado Novo.
A ideia de um “Museu Salazar” não é nova e tem contado ao longo dos anos com a oposição do Bloco de Esquerda de Viseu, que rejeita qualquer branqueamento da ditadura do Estado Novo e do seu ditador.