Em 1918 na gripe espanhola, a aldeia do concelho de Alijó combateu a pandemia com o fogo. Hoje a forma de combate é o isolamento. A freguesia é das mais envelhecidas do país, mas regista, por enquanto, zero casos da Covid-19.
Segundo uma reportagem do JN, em 1918, quando aconteceu a primeira pandemia do século XX, a influenza vírus H1N1 matou 60 mil portugueses e 50 milhões de pessoas em todo o mundo, mas no Amieiro ninguém morreu. A aldeia fica numa cova, protegida pelo verdor das colinas, e na altura fizeram fogos e os fumos deram-lhes protecção como forma de isolamento. Era um fogo à porta de cada casa, o sino tocava para acender e toda a aldeia ficava protegida.
Hoje em dia também é o isolamento que salva esta população. Não se vê uma criança e juventude também não existe no Amieiro. A economia está baseada na agricultura e nos férteis terrenos produzem vinho, azeite, laranja e vários produtos hortícolas. Os vários idosos caminham lentamente na rua, a rua é a rede social desta freguesia de Alijó, no distrito de Vila Real. Está tudo fechado, o café, a mercearia, a Junta.
Jorge Quintas, habitante do Amieiro, diz ter saudades dos fumos bem-cheirosos da pandemia de 1918 e “se calhar ainda os voltamos a acender, quem dera”, são as lembranças de quando era criança.
Como todo o Amieiro está fechado, também a igreja, o cemitério. O comércio é ambulante. A Associação Amieiro, uma IPSS, leva todos os dias o almoço à população e as nove funcionárias usam a devida proteção individual, que ajuda também a evitar a propagação do coronavírus pela população e assim ainda contam com zero infetados.
Relembramos que inseridos no problema da interioridade estão 45563 idosos a viver sozinhos ou isolados em Portugal. Vila Real é o distrito que detém o maior número com 4515, depois a Guarda com 4008 e segue-se Viseu. Lisboa terá 1138 e Porto 1168.
(Escrito por DG)