Numa sessão pública em Castelo Branco, Fabíola Cardoso, deputada do Bloco de Esquerda na Assembleia da República, e Manuel Costa Alves, meteorologista e ativista ambiental na região do Tejo, defenderam a implementação de planos que protejam as populações em caso de desastre nuclear em Almaraz.
Os Planos Especiais de Emergência defendidos pela deputada e pelo ativista têm o “objetivo de informar, organizar e proteger as populações possivelmente afetadas por um desastre nuclear em Almaraz. Por isso é imprescindível conhecer cientificamente o que poderá acontecer em caso de acidente e criar cenários sobre os diferentes graus de intensidade de um acidente nuclear e a sua propagação quer à bacia hidrográfica do Tejo, quer atmosférica.”
Segundo uma nota enviada pela Comissão Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda de Castelo Branco, “equacionar com especialistas os vários cenários com base nos diferentes graus de intensidade identificados e nos graus de dano previstos” permitiria “definir raios de ação.” O Bloco também defendeu “que se definam as medidas preventivas em caso de declaração de emergência e que de forma clara e inequívoca cada entidade do Sistema de Protecção Civil saiba o que fazer.”
Na sessão foi ainda debatido o “perigo iminente” que Almaraz representa, abordando os exemplos de outras centrais nucleares e a forma como um incidente na Central afetaria a região transfronteiriça, sendo as cidades portuguesas mais afetadas Castelo Branco e Portalegre.
Outras ideias discutidas na sessão foram a necessidade de debate junto de especialistas e a importância da participação ativa dos jovens na reivindicação do encerramento da Central Nuclear de Almaraz, “devido ao dinamismo e persistência da juventude, sobretudo nas lutas ambientais, tal como se tem visto com o movimento da Marcha Mundial pelo Clima.”
A nota relembra que em junho deste ano, após a Central de Almaraz ter registado dois incidentes em cinco dias, “a Assembleia Municipal de Castelo Branco aprovou por unanimidade uma moção que pede ao Governo português uma intervenção junto do Estado espanhol e das instituições europeias para o encerramento definitivo da central nuclear espanhola de Almaraz.”
Já em 2019 também a Assembleia Municipal da Covilhã “aprovou por unanimidade uma moção que pedia o fim da continuidade da Central Nuclear de Almaraz.”
A iniciativa dedicada à Central Nuclear de Almaraz foi promovida pelo Bloco de Esquerda de Castelo Branco no passado sábado (10 de outubro) na Biblioteca Municipal e moderada pelo membro da Comissão Coordenadora Distrital de Castelo Branco do Bloco, António Fiúza. Contou com a presença de mais de 30 pessoas e realizou-se seguindo as recomendações da DGS.
Ver também:
Artigos do Interior do Avesso sobre Central Nuclear de Almaraz