O movimento entregou recentemente uma carta ao governo espanhol, expondo a sua total oposição à continuação do funcionamento da central nuclear de Almaraz até 2028 e exige uma Avaliação de Impacte Ambiental Transfronteiriça sobre esse prolongamento. Por Esquerda.net
De acordo com a Lusa, o Movimento Ibérico Antinuclear (MIA), que junta organizações ambientalistas e instituições de Espanha e de Portugal, admite avançar com uma queixa na Comissão Europeia (CE) contra o governo espanhol caso se mantenha o funcionamento da Central Nuclear de Almaraz, localizada no território espanhol a 100 quilómetros da fronteira portuguesa.
O MIA também exige que seja feito uma Avaliação de Impacte Ambiental Transfronteiriça para avaliar o prolongamento do funcionamento da central até 2028.
“No sentido de acautelar a segurança do ambiente e das populações de ambos os lados da fronteira, o MIA entregou recentemente uma carta ao Governo espanhol, dando conta de todos os problemas e riscos de segurança que a Central Nuclear de Almaraz apresenta, da falta de participação e de debate sobre a extensão do seu funcionamento e da sua total oposição ao prolongamento do funcionamento da Central Nuclear de Almaraz até 2028″, refere o MIA.
No comunicado, o MIA lembra que o Conselho de Segurança Nuclear espanhol, em abril, autorizou o prolongamento do funcionamento da Central de Almaraz até outubro de 2028 e recentemente algumas notícias referem que o governo espanhol quer “alargar o prazo de funcionamento desta estrutura, ignorando todos os problemas de segurança que esta apresenta”.
Para o movimento, estas notícias “correspondem a uma posição errada, irracional e de gravidade extrema por parte do Governo Espanhol, pois a mesma poderá viabilizar que a Central de Almaraz, totalmente envelhecida e obsoleta, continue a trabalhar e a colocar toda a Península Ibérica em risco até ao ano de 2028”.
No passado sábado, a agência espanhola EFE, referiu que o governo espanhol formalizou a renovação das autorizações para a Central de Almaraz, nomeadamente o Grupo I até novembro de 2027 e o Grupo II até outubro de 2028.
Artigo publicado no Esquerda.net a 27 de julho de 2020