Os números foram avançados pelo Observatório das Mulheres Assassinadas (OMA) depois de uma mulher ter sido morta a tiro, na passada sexta-feira em Lalim (Lamego), alegadamente pelo ex-marido, que continua por localizar. Este ano já foram assassinadas 20 mulheres, 10 foram femicídios íntimos.
Segundo a Lusa, o OMA, grupo de trabalho da União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), anunciou ainda que além das 20 mulheres assassinadas desde o início do ano, registaram-se 29 tentativas de femicídio, 25 das quais em relações de intimidade.
Os 10 femicídios íntimos registados, dos quais o mais recente é o de Lalim, estão associados a relações de intimidade atuais, passadas ou pretendidas. Os restantes 10 assassínios ocorreram noutros contextos, como por exemplo por motivos financeiros ou na sequência de assalto.
Em declarações à Lusa, Cátia Pontedeira, do OMA, explicou que das 25 tentativas de femicícios íntimos “mais de metade ocorreu já após o período de confinamento obrigatório, entre junho e agosto”.
Os dados recolhidos e anunciados ontem reportam até sábado, dia 15, e têm como base notícias de mulheres assassinadas e de tentativas de assassinato.
Em comunicado, o OMA reforça ser urgente investir na análise do fenómeno, para assim evitar que se repita no futuro. “Estes dados revelam a urgência de um investimento numa análise sobre o femicídio e a sua tentativa a partir de um olhar especializado e aprofundado, para prevenir futuros assassinatos”.
Salientam ainda a importância de informar as vítimas de violência doméstica sobre as ajudas que têm à disposição, incentivando-as a procurar apoio. “É fundamental informar as vítimas de violência doméstica onde podem procurar ajuda e incentivá-las a procurar esta ajuda especializada”.
No mesmo comunicado, a estrutura salienta a existência do contacto do Serviço de Informação às Vítimas de Violência Doméstica, 800 202 148, um número “gratuito, confidencial e está disponível 24 horas por dia, todos os dias do ano”.
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