A cerimónia de concessão de honras de Panteão Nacional ao antigo cônsul, realizada através de um túmulo sem corpo, realizou-se esta terça-feira, em Lisboa. Os restos mortais de Aristides de Sousa Mendes vão continuar na sua terra natal, em Cabanas de Viriato.
Esta homenagem, adianta notícia da Lusa, com intervenções do chefe de Estado e do presidente da Assembleia da República, ocorre 67 anos após a morte do cônsul de Portugal em Bordéus (França).
Aristides de Sousa Mendes, nascido em 19 de julho de 1885, salvou milhares de vidas ameaçadas pelo regime nazi, durante a Segunda Guerra Mundial, ao emitir vistos à revelia das ordens do governo de Salazar, o que lhe valeu a expulsão da carreira diplomática. Acabou por morrer na miséria no Hospital Franciscano para os Pobres, em Lisboa.
Segundo a Lusa, a cerimónia incluiu interpretações do Coro do Teatro Nacional de São Carlos, um elogio fúnebre a cargo de Margarida de Magalhães Ramalho – académica e coautora do Museu Virtual ‘Aristides de Sousa Mendes’, um vídeo com testemunhos sobre o antigo cônsul e os discursos de Eduardo Ferro Rodrigues e de Marcelo Rebelo de Sousa.
No final das intervenções teve início um cortejo na nave central do Panteão Nacional, em direção à sala 2, onde foi descerrada uma placa evocativa da homenagem a Aristides de Sousa Mendes.
O grupo de trabalho responsável por definir o processo cerimonial de concessão de honras de Panteão Nacional a Aristides de Sousa Mendes foi constituído em outubro de 2020, contando com familiares do antigo cônsul e representantes de todos os partidos (exceto Chega).
A homenagem na forma de um túmulo sem corpo não implica a habitual trasladação dos restos mortais para o Panteão Nacional, que se mantém em Cabanas de Viriato, concelho de Carregal do Sal, onde nasceu e viveu Aristides de Sousa Mendes.
Concessão de honras de Panteão Nacional a Aristides de Sousa Mendes publicada em Diário da República
Foi aprovada a candidatura para a musealização da Casa de Aristides de Sousa Mendes