A associação ambientalista Zero denuncia que as centrais de biomassa do Fundão e Viseu vão custar 226 milhões de euros em subsídios durante 15 anos, exigindo a “suspensão imediata” dos subsídios à produção de energia elétrica a partir de biomassa nestas centrais uma vez que “não contribuem para a melhoria da gestão florestal ou redução do risco de incêndio”.
“A Zero constatou no terreno que as duas novas centrais de biomassa de Fundão e Viseu estão a queimar, na totalidade ou praticamente na totalidade, respetivamente, madeira de qualidade, não utilizando, como seria desejável e está contratualizado, biomassa residual” e por esta razão a associação ambientalista exige ao Governo que seja suspensa a atribuição de subsídios até que “estas centrais utilizem exclusivamente biomassa resultante da limpeza e gestão florestal, contribuindo assim para o interesse público definido na legislação.”
A produção de energia elétrica, e especificamente estas duas unidades, “foram anunciadas como solução para os problemas de gestão florestal em Portugal, nomeadamente para a melhor utilização dos resíduos florestais”, e por esta razão, consideradas projetos de interesse público. O que a Zero encontrou “nos parques em redor da central foi rolaria e troncos de pinheiro, relegando para segundo plano a verdadeira biomassa florestal residual” o que põe em causa a premissa de interesse público. A Zero sublinha reiteradamente no seu comunicado que “por forma a assegurar a transparência na aplicação do dinheiro dos consumidores, a subsidiação destas centrais deve estar condicionada à utilização de biomassa residual devidamente certificada.”
No seu comunicado alerta ainda para o facto de não ser obrigatório Estudo de Impacto Ambiental para investimentos com uma potência inferior a 50 MW, o que levou a não terem sido convenientemente avaliados os impactos da implantação destas unidades. “A localização destas novas centrais, em especial a do Fundão, a menos de 500 m de residências, tem levado a reclamações por parte de residentes, que na fase de testes desta central se têm queixado de excesso de ruído e má qualidade do ar”, o que leva a Zero a exigir que “seja demonstrado o cumprimento das normas de ruído e de emissões poluentes europeias mais recentes.”
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