Autárquicas: Zero desafia candidatos a defenderem cidades mais sustentáveis

Pessoas a andar de bicicleta num ciclovia
Pessoas a andar de bicicleta num ciclovia

No arranque da campanha eleitoral, a associação ambientalista apresentou propostas com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população, apostando na mobilidade suave e no combate à pobreza energética. Por Esquerda.net

Com o início oficial da campanha eleitoral esta terça-feira, a Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável lançou um apelo aos candidatos para que se comprometam com propostas concretas para promover a sustentabilidade e a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos. Das hortas urbanas à reabilitação de habitações e ciclovias, as 35 propostas foram desenhadas para serem adotadas pelas Grandes Opções dos Planos Municipais, a serem aprovadas pelos diferentes municípios nos próximos quatro anos.

As propostas estão divididas por áreas: combate à pobreza energética, mobilidade sustentável, cultura de resíduos zero, produção agrícola local, uso sustentável da água, gestão participativa do território e políticas climáticas.

A associação pretende que as autarquias adiram ao Pacto dos Autarcas em Matéria de Clima e Energia, elevando a prioridade do combate às alterações climáticas nas políticas municipais, nomeadamente recorrendo aos investimentos financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência.

Em segundo lugar, a Zero pretende que as autarquias atuem no combate à pobreza energética, onde Portugal está particularmente mal colocado a nível europeu, através da reabilitação do edificado e a instalação de unidades de produção em autoconsumo nos edifícios municipais.

No que respeita à mobilidade, entendem que a promoção de ciclovias e áreas pedonais urbanas, bem como a reabilitação ou criação de novos interfaces de transportes, são medidas essenciais para promover o transporte público, mobilidade suave e desincentivar a utilização do automóvel.

Relativamente à alimentação, pretendem que as autarquias promovam a produção agrícola de proximidade, através da dinamização de hortas urbanas e bolsas de terrenos agrícolas municipais.

A promoção dos princípios da economia circular devem passar pela proibição de utensílios descartáveis por parte do município, nomeadamente pratos e copos, bem como a distribuição alargada de compostores domésticos e a criação de projetos de compostagem comunitária e recolha de lixo seletiva porta-a-porta.

Para combater o desperdício de água, pretendem a realização de auditorias ao sistema de abastecimento de água, a promoção do consumo de água da torneira e o investimento no tratamento de águas residuais.

Finalmente, entendem que as autarquias se devem adaptar às alterações climáticas desde já. Criando áreas protegidas de âmbito regional ou local, e fazendo a reabilitação ecológica de espaços degradados para promover a biodiversidade no interior das cidades e vilas, nomeadamente abandonando o uso de pesticidas e fertilizantes artificiais.

Relativamente aos Orçamentos Participativos, entendem que são uma forma de melhorar a gestão autárquica através das quais podem ser criadas novas formas de moedas locais e bancos de tempo e trocas solidárias.

Segundo a Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta, 38 candidatos de Aveiro, Braga, Faro, Lisboa, Porto e Setúbal já se comprometeram a apoiar estratégias de mobilidade sustentável no próximo mandato autárquico. Em geral, os candidatos reconhecem ser essencial reduzir a utilização do automóvel em pelo menos 10% nos próximos quatro anos, mas não se comprometem na defesa de medidas de desincentivo da sua utilização.

Ainda segundo esta associação, se 95% dos candidatos dão importância à promoção dos transportes públicos e incentivo à deslocação de bicicleta, ainda assim a grande maioria dos candidatos não reconhece que os recursos desproporcionalmente dedicados a veículos motorizados impedem que as alternativas de mobilidade suave se afirmem.

 

Publicado por Esquerda.net a 16 de setembro de 2021

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