Com o fecho destas salas, Viseu passa a dispor apenas de seis ecrãs, localizados no Palácio do Gelo Shopping. O Bloco lembra que mesmo as 12 salas existentes anteriormente “se revelavam insuficientes face à dimensão do concelho”, alertando agora para o risco de empobrecimento da oferta cinematográfica.
O partido defende que a situação reforça a urgência de reabrir o Cinema Ícaro, encerrado desde 2005, como alternativa pública e independente. “O Ícaro poderia desempenhar um papel fundamental na promoção da diversidade cultural e no acesso a uma programação distinta daquela oferecida pelos grandes circuitos comerciais”, sustenta o Bloco.
O comunicado do Bloco recorda exemplos de outras cidades, como Coimbra, Lisboa e Porto, onde autarquias têm apoiado a recuperação de salas históricas e independentes, revitalizando os centros urbanos e formando novos públicos.
Em Viseu, o Cinema Ícaro chegou a ser alvo de uma petição cidadã em 2019, que reuniu mais de 1200 assinaturas a favor da sua preservação. Contudo, a proposta não foi acolhida pelo anterior executivo municipal. O Bloco entende que o espaço, com 170 lugares e situado no centro da cidade, deveria ser disponibilizado ao Cine Clube de Viseu e a outros agentes culturais, colmatando a falta de salas de programação independente.
“Se o setor privado não assegura a oferta cultural necessária, cabe ao Município assumir essa responsabilidade”, defende o partido, exigindo que a Câmara de Viseu adquira o espaço e o devolva à população.