Bloco reúne com populações que poderão ser afetadas pela exploração de lítio no distrito de Vila Real

Foto por Raquel Teixeira
O Bloco de Esquerda visitou este sábado as localidades de Covas do Barroso (Boticas) e de Morgade (Montalegre), afetadas pela prospeção e pela possibilidade de exploração de minas de lítio, explorações essas, localizadas bem próximas das populações enunciadas. A visita contou com a presença da Deputada do BE na Assembleia da República Maria Manuel Rola, que alertou para a forma como o território foi deixado ao abandono após a prospeção de que foi alvo. 

As populações de Covas do Barroso, Morgade, Rebordelo e Carvalhais há muito que se opõem ao projeto mineiro, fazendo notar as suas preocupações a vários níveis: Problemas ambientais, de saúde, na agricultura e até na própria dimensão que as minas poderão ter.

Ainda no passado dia 25 de janeiro, em Montalegre, a concentração de protesto “contra o atentado ambiental da exploração de lítio em Portugal” juntou cerca de 300 pessoas, o que mostra que a população está ciente dos riscos que esta situação pode acarretar. As palavras de ordem desta luta são “Não à mina, Sim à vida” e “Futuro minado, não obrigado!”, que também são visíveis em faixas espalhadas por estas localidades. 

No âmbito desta visita, Maria Manuel Rola, em conjunto com militantes e dirigentes distritais de Vila Real reuniram com as populações que poderão vir a sofrer consequências adversas da exploração de lítio, em alguns casos, a menos de um quilómetro das habitações. Estiveram também presentes a Associação Montalegre Com Vida, a Associação Povo e Natureza do Barroso e a Associação “Unidos em Defesa de Covas do Barroso”.

Segundo a Deputada do Bloco “nós temos tido intervenção no sentido de perceber de que forma é que estes locais de prospeção, que têm levantando toda esta problemática relativamente à forma como é tratado o território em que existem estas intervenções têm vindo a ser garantidas pelo Governo e pelas entidades que o devem fazer. Reparamos que essa reposição não está a ser feita.

Maria Manuel Rola considera que a forma como estes territórios estão a ser tratados no que à prospeção diz respeito fazem prever um mau futuro para a eventualidade de futuras explorações. Para além disto, indica que existe muita desinformação relativamente ao estudo de impacte ambiental, bem como a falta de documentação desse estudo, como aliás a APA veio a referir denuncia também toda uma tropelia nas necessidades burocráticas que “nos torna bastante céticos quanto à forma como estas empresas irão aterrar aqui”.

Nelson Gomes da Associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB) teme a destruição de toda a área de baldios, que considera ser a sustentabilidade de uma parte da população. Indica ainda que com a afetação dos cursos de água e a proximidade das possíveis minas da aldeia poderão fazer com que o despovoamento seja ainda mais notório “conheço um casal que pondera abandonar a povoação no caso de isto avançar” e ele próprio coloca essa possibilidade em cima da mesa.

Escrito por JL

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