Borgstena despede uma centena de trabalhadores em Nelas

Borgstena
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Os trabalhadores mais antigos estão a ser dispensados na fábrica de produção de têxteis para o setor automóvel, localizada em Nelas, que justifica a redução de pessoal com a crise automóvel, apesar dos apoios municipais e comunitários que tem recebido.

A fábrica chegou a empregar cerca de 400 pessoas, produzindo têxteis para o setor automóvel, como tecidos para bancos de carros, tetos de veículos, cortinas para cabinas de camiões e estofos para cadeiras de bebés.

Segundo notícia do Jornal de Notícias (JN), o pessoal dispensado pertence a vários setores: da produção, logística e do serviço de apoio à produção. Muitos destes trabalhadores têm 10 e 20 anos de serviço. 

“Já foram para o ‘olho da rua’ umas 100 pessoas e grande parte delas já era da casa há muitos anos”, disse ao JN um dos funcionários despedidos que preferiu manter o anonimato, mas contou um pouco da sua história.

Trabalhou na Borgstena durante mais de 20 anos. “Deixei lá a minha juventude. Pagaram-me apenas a indemnização a que tinha direito e nem mais um cêntimo. Ainda pedi mais porque ajudei a levantar aquela fábrica duas vezes, nos dois incêndios que teve (2006 e 2008), dei tudo por aquela casa e afinal só recebi o que a lei determina”, desabafa.

De acordo com o que explicou ao JN, foi despedido de um dia para o outro, com a informação de que o seu posto de trabalho iria ser extinto. “O que nos dizem é que a faturação caiu para metade e tiveram de arrumar a casa, mas isso é tudo estranho porque o grupo, que está a despedir, anunciou a compra de uma fábrica no México e anda a pedir pessoal para a nova fábrica na Roménia”, estranha o trabalhador.

A administração da Borgstena recusou falar dos despedimentos ao JN, adiantando apenas que a crise que o setor automóvel atravessa, com quebras de encomendas e falta de material, a obrigou a “tomar medidas”.

Isto acontece apesar de a empresa ser beneficiária de vários apoios municipais e comunitários.

Localmente, a Borgstena ficou conhecida pelos piores motivos, sendo uma empresa altamente poluidora dos cursos de água da região, com descargas para as Caldas da Felgueira e para Beijós, o que levou a longas lutas da população para que esta empresa investisse em sistemas de tratamento dos seus rejeitados líquidos.

 

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