Falhas na comunicação e dualidade de critérios, por parte do Instituto de Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU), dificultam o processo de arrendamento acessível e deixam os moradores com muitas dúvidas por esclarecer.
Os moradores das habitações da Quinta da Igreja, em Mangualde, destinadas ao programa de arrendamento acessível do IHRU, reclamam da baixa capacidade de resposta às suas questões. Ainda para mais quando verificam uma dualidade de critérios por parte do Instituto, que exigiu prazos excessivamente curtos (por vezes de apenas dois dias) para a formalização dos arrendamentos.
Destaca-se das diversas falhas na comunicação do IHRU com as famílias contempladas uma alínea do contrato que dava aos moradores o poder de optarem entre a realização de um seguro extra, para indemnização sobre eventuais danos, ou o pagamento de duas rendas suplementares.
Não tendo o IHRU respondido sobre a possibilidade de devolução das duas rendas suplementares, aquando da cessação do contrato, alguns moradores optaram por realizar o seguro, aumentando assim os encargos mensais da “renda acessível”, com valores entre os 215 euros e os 287 euros, em mais de 20 euros. A entrega das chaves dos apartamentos estava dependente da escolha de uma das opções.
É de registar ainda o vazio existente em relação à gestão dos prédios em causa, nomeadamente em relação ao condomínio. Neste momento os moradores não têm respostas sobre como será assegurada a limpeza das áreas comuns ou sobre quem cobrirá as despesas associadas a essas áreas, como a manutenção do prédio e das zonas envolventes.
A deputada do Bloco de Esquerda Maria Manuel Rola, da Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, em conjunto com membros da Comissão Distrital do Bloco de Esquerda de Viseu, esteve no local em reunião com os moradores, com o objetivo de se inteirar sobre como está a decorrer aquele que é o primeiro programa do género no país.
Ver também:
Segurança e acabamentos falham nas habitações do IHRU em Mangualde
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