Greve às duas primeiras horas de trabalho decorre até 15 de setembro. Deputada Isabel Pires está solidária com a luta dos trabalhadores e refere que o Bloco vai questionar o Governo sobre a falta de trabalhadores que tem levado a atrasos na entrega de correspondência. Por Esquerda.net
“Estão previstos 21 postos de trabalho no centro de distribuição de Chaves”, afirmou Samuel Vieira, dirigente do Sindicato Independente dos Correios, Telecomunicações, Transportes e Expresso de Portugal (SICTEX). No entanto, de acordo com a estrutura sindical, há dez trabalhadores efetivos nos CTT de Chaves, aos quais se somam quatro contratados e quatro em prestação de serviços; dois trabalhadores efetivos não fazem distribuição por incapacidade física.
Esta falta de carteiros faz com que diariamente não sejam realizados cinco giros nos concelhos de Chaves e Boticas. Além dos atrasos na correspondência entregue, verifica-se uma grande sobrecarga dos trabalhadores.
“A situação está cada vez pior de dia para dia”, afirma Álvaro Moreira, carteiro e dirigente do Sindicato Independente dos Trabalhadores da Informação e Comunicações (SITIC), acrescentando que “há trabalhadores contratados há sete ou oito anos sem efetivar e muitos saem para procurarem emprego mais estável”.
“Há trabalhadores com problemas psicológicos devido à carga de trabalho diário. Embora seja um problema nacional, isto reflete-se onde o quadro do pessoal não está preenchido”, referiu Samuel Vieira.
O dirigente o SICTEX refere ainda que os CTT têm um contrato com o Estado para assegurar em todo o território nacional essa distribuição e que apesar da Câmara de Boticas ter assumido em parte a distribuição, “não devia ser usado dinheiro do erário público para assegurar algo que deviam ser os CTT a fazer”.
“Os trabalhadores dos CTT têm-se debatido com graves dificuldade, tanto pela falta de pessoal, como pela precariedade crescente e pelo não aumento de salários”, referiu a deputada Isabel Pires em declarações ao esquerda.net, acrescentando que “no caso do interior do país a situação agrava-se pela importância que os CTT têm enquanto serviço público, que deve ser reforçado”. O Bloco de Esquerda vai endereçar uma pergunta ao Governo sobre a situação dos trabalhadores dos CTT de Chaves.
Na sexta-feira, 3 de setembro, decorre um plenário de trabalhadores para “perceber se há algum progresso por parte da empresa em resolver o problema”, concluiu Samuel Vieira.
Pergunta: Greve nos CTT de Chaves, no distrito de Vila Real
Notícia publicada por Esquerda.net a 31 de agosto de 2021 e atualizada às 16h32, acrescentando a pergunta do Bloco de Esquerda ao Governo.