Ao longo de três dias, de 12 a 14 de março, no Auditório IPDJ-Viseu, serão exibidos quatro filmes portugueses passados entre os anos 1940 e 1950 em Portugal, para suscitar “a curiosidade sobre a conquista da liberdade, personalidades e feitos marcantes, gestos que causaram comoção pública”, segundo a associação cineclubista de Viseu.
O ciclo de cinema é composto por duas longas-metragens sobre o holocausto, “O Cônsul de Bordéus” (2011), sobre o ato heróico de Aristides de Sousa Mendes, e “Viagem ao Sol” (2021), documentário que recorre a imagens de arquivo e a testemunhos de antigas crianças austríacas enviadas no pós-guerra para Portugal. Inclui ainda duas curtas-metragens do cineasta Abi Feijó sobre a Guerra Civil Espanhola e o regime fascista português.
“O Cônsul de Bordéus” (2011), de João Correa e Francisco Manso
“Nascido em Cabanas de Viriato em 1885, Aristides de Sousa Mendes salvou milhares de vidas do Holocausto, tornando-se, em 1940, alvo a abater pela ditadura portuguesa. No momento da invasão da França pela Alemanha nazi, Sousa Mendes desafiou as ordens expressas do primeiro-ministro, Salazar, e concedeu mais de 30 mil vistos de entrada em Portugal a refugiados de todas as nacionalidades.”
“Viagem ao Sol” (2021), de de Susana Sousa Dias e Ansgar Schaefer
“Logo após o final da 2ª Guerra Mundial, Portugal, país neutro, acolheu inúmeras crianças dos países destruídos. Sete décadas depois, os realizadores foram ao encontro dessas antigas crianças, das suas memórias e dos seus traumas. Viagem ao Sol recorda um momento particular da história europeia onde não deixa de haver ressonâncias com a actual crise dos refugiados.”
“Os Salteadores” (1993) + “Clandestino” (2000), de Abi Feijó
Nos anos 50, durante uma viagem de carro pela costa portuguesa, ouve-se uma discussão sobre a identidade de um grupo de homens capturados e mortos durante a Guerra Civil Espanhola. Adaptado do conto “Os Salteadores”, do livro “Os Grãos-Capitães” de Jorge de Sena, uma visão sagaz da ideologia do regime fascista português. A sessão inclui “Clandestino”, também realizado por Abi Feijó.