Primeiro-ministro deslocou-se à Covilhã para a inauguração do Teatro Municipal e foi recebido por dezenas de pessoas vestidas de preto em luto pela Serra da Argemela, mas fez que não viu nada.
Largas dezenas de pessoas concentram-se no Largo do Pelourinho na Covilhã numa vigília, este sábado, em protesto contra a exploração mineira na Serra da Argemela enquanto António Costa chegava à inauguração do Teatro Municipal da cidade, segundo a Lusa.
O primeiro-ministro fez que não viu nada, nem uma grande faixa onde estava escrito “A Argemela é nossa”. Em declarações à Lusa, alguns manifestantes referiram que o Governo nunca quis ouvir a população da aldeia do Barco, localidade afetada pela exploração mineira na Serra da Argemela, nos concelhos da Covilhã e do Fundão.
Gabriela Margarido, do Grupo de Preservação pela Serra da Argemela (GPSA), disse que “há quase cinco anos que andamos nisto. Já escrevemos, já falamos, já gritamos em manifestação. Hoje estamos aqui para ver se desta forma, um pouco mais silenciosa, ele (primeiro-ministro) até nos ouve, mas sabemos que será difícil”.
O GPSA tem alertado para o que considera serem riscos ambientais, de saúde pública, económicos e patrimoniais que a exploração mineira pode representar e sublinha que “ainda é tempo de corrigir uma tremenda injustiça para as pessoas da região”.
Ana Rodrigues juntou-se à vigília com o seu filho de quatro anos e afirmou que “estamos muito preocupados. Querem destruir a nossa qualidade de vida, aquilo que temos de melhor no país e é preocupante para todos, principalmente para o futuro das nossas crianças”.
Os Núcleos Concelhios da Covilhã e do Fundão do Bloco de Esquerda também marcaram presença na vigília.
