Denúncia de poluição no rio Pavia

Na sequência de denúncias, o Bloco de Esquerda deslocou-se ao rio Pavia onde constatou in loco a poluição no curso de água entre o Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental (CMIA) e o recinto da feira semanal, atravessando o Centro Comercial Fórum e a Casa da Ribeira.

Na visita que decorreu ontem, o Bloco de Esquerda pôde observar e documentar o que se assemelhava a uma descarga de esgotos – tendo em conta que parte dos objetos estranhos encontrados no Rio eram dejetos – líquidos não identificados e dezenas de peixes mortos. A água apresentava um misto de cor verde, das algas formadas pelo excesso de matéria orgânica, e cor castanha desta mesma matéria. Também à superfície da água se observavam manchas que indicam a presença de óleos ou outros produtos gordurosos. Em comunicado o Bloco admitiu que “lamentavelmente, a situação por nós encontrada excedeu os relatos que nos foram entregues”.

Após documentação da situação, o Bloco de Esquerda iniciou o processo de queixa no local, através do serviço de atendimento telefónico SOS Ambiente, e enviou posteriormente os vídeos e fotografias recolhidas para a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA-GNR) e Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Em ata da reunião da Câmara Municipal de 17 Maio deste ano pode ler-se:
“O Senhor Presidente, deu a conhecer ao Executivo Municipal, que face ao alarmismo provocado por afirmações irresponsáveis quanto a uma alegada poluição do rio Pavia, o Município de Viseu, através da Águas de Viseu, solicitou a um laboratório independente a recolha e análise da qualidade da água do rio em dois pontos distintos: junto à Ponte de Pau e à Ponte das Barcas” e que “o Município de Viseu continuará empenhado na melhoria da qualidade ambiental no Concelho, suportando sempre as suas decisões com análises, pareceres ou estudos de entidades independentes”.

Porém, de acordo com o comunicado emitido pela Comissão Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda de Viseu, “é diariamente perceptível o nível de poluição presente no rio Pavia, que impede a sua regeneração, consequente sobrevivência da fauna e flora natural, como os peixes e as lontras, e ajuda à proliferação de espécies invasoras, como os lagostins”, pelo que no próprio dia foram informados e questionados o Município de Viseu, a Junta de Freguesia de Viseu e as Águas de Viseu.

O rio Pavia nasce em Mundão, atravessa a Cidade de Viseu e desagua no rio Dão. Neste último existem captações de água para consumo humano do sul do Distrito de Viseu e vários concelhos do Distrito de Coimbra.

(Escrito por MFS)

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