Foto por Autocarros do Grande Porto | Facebook
Os motoristas de autocarros estarão em greve na próxima segunda-feira para reivindicar melhorias salariais, subsídio de refeição e uma menor sobrecarga no horário de trabalho. Os sindicatos consideram ainda que os operadores estão a exercer pressão sobre os trabalhadores.
Segundo notícia do Jornal do Centro, a última greve de motoristas de autocarros que decorreu na região de Viseu teve uma adesão de mais de 90%. Estes já tinham feito greve no dia 20 de setembro e no início de outubro. As reivindicações mantêm-se por melhorias salariais, subsídio de refeição e uma menor sobrecarga no horário de trabalho
Esta greve tem a abrangência dos trabalhadores no setor rodoviário de passageiros associadas na Associação Nacional de Transportes de Passageiros (ANTROP), e das da empresa Transdev, empresa essa que aplica segundo o JdC o Contrato Coletivo de Trabalho Vertical.
Para o sindicalista Hélder Borges, em declarações ao JdC considera que não é admissível “a imagem que as empresas querem dar aos motoristas”, ao queixarem-se de falta de funcionários quando pagam salário mínimo.
Para o sindicalista, “Com a carga horária e as responsabilidades que temos, não podemos aceitar que o salário mínimo seja a bitola para este setor”.
O dirigente do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal afirma que estas empresas obrigam os trabalhadores a trabalhar muitas horas.
Hélder Borges espera que seja percebido por parte dos trabalhadores qual a posição das entidades empregadoras “que tiraram benefícios do Governo ao nível da pandemia. Agora estão nos concursos públicos a justificar o preço por quilómetro, tentando economizar a mão de obra e o salário do trabalhador. Quer dizer que as empresas fazem concorrência entre elas para ganhar os concursos, mas sempre a pensar na precariedade”.
“Baixando o salário base, as empresas obrigam os trabalhadores a trabalhar mais dias da semana. Em vez de trabalharem cinco dias, trabalham seis. E, em vez de oito horas, trabalham durante 12 ou 14 e não trabalham mais porque a lei não permite”, considerando que os trabalhadores “são obrigados a ter mais trabalho suplementar para conseguirem sustentar a família”.
Na região de Viseu haverá, segundo o sindicato, cerca de 250 funcionários nas principais empresas de transporte de passageiros, e afirmam que voltaram posteriormente à luta no dia 2 de dezembro.
As reivindicações dos sindicatos são que o salário base do motorista suba para 750 euros e que os outros trabalhadores tenham uma atualização percentual igual, bem como uma redução do intervalo de descanso para duas horas no máximo. A ANTROP e a Transdev propuseram por sua vez aumentos salariais de 10,5 e 10 euros.