Falta estratégia de gestão ao Canil Intermunicipal do Vale do Douro Norte

Foto de Joni Ledo
Na sequência de todos os problemas que têm sido identificados nas instalações do Canil Intermunicipal do Vale do Douro Norte, e os desafios que os municípios enfrentam com o modelo de gestão adotado, o Bloco de Esquerda esteve reunido esta segunda-feira com Domingos Carvas, presidente da Câmara Municipal de Sabrosa e atual responsável desta unidade.

O Canil Intermunicipal do Vale do Douro Norte serve sete municípios: Vila Real, Alijó, Sabrosa, Murça, Santa Marta de Penaguião, Mesão Frio e Peso da Régua, e tem uma gestão rotativa. Uma vez que a atual gestão está a cargo da presidência da C.M. de Sabrosa, o próximo município a assumir esta responsabilidade será Vila Real.

A reunião contou com a presença de Maria Manuel Rola, deputada do Bloco de Esquerda, que já em março de 2018 tinha realizado uma visita às instalações sediadas em Vila Real. Muitos dos problemas identificados à época mantêm-se, como a sobrelotação que limita a recolha de animais errantes destes sete municípios, e outros agravaram-se com o passar do tempo, como a falta de um espaço de quarentena para receção dos animais e que desencadeou um grave surto de esgana, noticiado pelo Interior do Avesso em julho.

A estas questões, o presidente da Câmara Municipal de Sabrosa informou a comitiva que as celas de quarentena estão encomendadas e chegarão em breve, e que existe um projeto de beneficiação do espaço do Canil, com um orçamento estimado de 45.000€, assegurado pelos municípios, que avançará em breve. Domingos Carvas julga que a obra irá avançar no início do próximo ano.

O autarca confirmou ainda que, com a aposentação do antigo veterinário municipal, estas instalações se encontram neste momento a funcionar com uma autorização provisória da DGAV, mas que não existe, até ao momento, a colocação de um médico veterinário oficial. Desta forma, os procedimentos clínicos limitam-se a vacinações e chipagem, e remetendo muitas Câmaras a proceder à esterilização dos animais para adoção em clínicas privadas dos respetivos municípios.

Para o Bloco de Esquerda ficou claro nesta reunião que, para além das limitações das instalações do Canil Intermunicipal, outro grande problema é não existir, nem estar prevista, uma estratégia de captura-esterilização-devolução na estratégia de gestão desta estrutura intermunicipal. Existem projetos pontuais em alguns municípios, mas para Maria Manuel Rola “o propósito da Lei 27/2016 é claramente o de salvaguardar os direitos dos animais, mas também o controlo das colónias e matilhas de animais errantes. Sem campanhas de esterilização nada se resolve e o problema vai ser cada vez maior”.

A deputada referiu ainda que é importante a internalização dos serviços veterinários. Apesar de considerar positivo alguns dos projetos de apoio à esterilização dos animais de companhia dos munícipes destas regiões, alerta para a falta de estratégia de intervenção relativamente aos animais errantes, esses sim da responsabilidade dos municípios.

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