“Grande parte da nossa paisagem árida e desértica é da responsabilidade da ocupação humana”

Pedro Januário e Marco Pestana explicam, no painel “Ambiente do Avesso?” como o Projecto Bosques sensibiliza, através de um enquadramento artístico e científico, para a responsabilização humana na existência de territórios desertificados.

Pedro sintetiza o objetivo do Projecto como “alertar as pessoas para o caráter essencial e vital da floresta e, acima de tudo, saberem que grande parte da nossa paisagem árida e desértica é da responsabilidade da ocupação humana e de vários séculos e séculos de olhar para a terra onde nascemos como uma simples fonte de recursos e não como um sítio para estar.”

Esta sensibilidade, segundo Marco, colocará sempre em causa as atuais monoculturas e mono explorações, “o uso sem fronteiras ou sem limites da própria natureza de uma coisa que todos nós sabemos que está aqui, mas que está aqui por si mesma, não está aqui para nosso uso, está para uma vivência, uma coabitação.”

Algumas das ações que desenvolvem para ajudar à preservação do ecossistema floresta são enquadradas pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), promovendo uma silvicultura próxima da natureza, não industrializada ou standardizada, “uma silvicultura muito conhecida e praticada em todos os países da Europa excepto cá em Portugal”, “de respeito e de observação contínua daquilo que são as mudanças dentro destes ecossistemas”, explica Pedro.

Por outro lado o Projecto Bosques tem também fomentado ações de reflorestação de zonas muito desertificadas. “Para além da população local e da população exterior ainda temos os artistas que vêm durante o ano inteiro” plantar e acabam quase por “marcar lugar para o ano a seguir”, conta Marco.

O vídeo foi gravado num bosque perto da aldeia de Garcia Joanes que dá “uma noção do que é que é uma floresta com 50, 60 anos no tempo”, diz Marco. Este é um local a que levam participantes nas campanhas de reflorestação, “para terem uma noção no tempo daquilo que estão a fazer no Jardim das Pedras”, local onde mais atuam, para além de outras manchas de lugares mais desertificadas.

O Jardim das Pedras é um local no topo da Serra da Aldeia Artística do Feital onde vêm, há mais de 20 anos, artistas de todo o mundo para trabalhar, aprender e estar com as pedras.


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Ambiente do Avesso? O panorama ambiental do interior

Associações, Movimentos, Coletivos e Ativistas do Interior partilham as suas perspectivas e lutas pelo ambiente.

Completo:
https://www.facebook.com/InteriorAvesso/videos/737070523733026/

Outras participações:
https://interiordoavesso.pt/tag/ambiente-do-avesso/

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