As Gravuras Rupestres do Côa poderão ser visitadas de uma nova forma, através do rio, numa embarcação com capacidade para 12 pessoas, movida a energia solar. A embarcação estará pronta para visitas a partir de meados do próximo mês (julho).
“Trata-se de uma embarcação de fabrico nacional, toda ela construída com recurso a materiais sustentáveis, estando em linha com uma nova estratégia que a Fundação Côa Parque quer implementar no Parque Arqueológico do Vale do Côa, de acordo com as orientações definidas pela Organização das Nações Unidas [ONU] através da agenda 2020-2030 “, explicou à Lusa a presidente da Fundação, Aida Carvalho, referindo-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, em termos socioeconómicos e ambientais.
“Esta nova embarcação eletro-solar vem reforçar a oferta de visitação às gravuras rupestres do Vale do Côa, porque vai acrescentar ao que já existia – como a visita em caiaque, a nado, por caminhadas ou com recurso a viaturas todo-o-terreno – uma outra forma de contemplar o património aqui existente, datado do Paleolítico Superior, a partir do leito do rio Côa”, acrescentou Aida Carvalho.
Com este novo método de visita, a Fundação Côa Parque proporciona aos visitantes uma forma “muito diferente” de leitura das gravuras rupestres, com mais de 25 mil anos. A embarcação estará pronta a receber visitantes a partir de meados do próximo mês, indo operar numa distância de mais de três quilómetros, entre o novo cais da Canada do Inferno e o novo sítio de visitação.
No novo sítio de visitação, agora acessível ao público, está localizado o maior painel de arte rupestre conhecido ao ar livre, no ponto arqueológico do Fariseu, adianta a Lusa.
A presidente da Fundação explicou ter sido necessário capacitar um grupo de guias para operarem a embarcação eletro-solar, com formação específica e respetiva carta de marinheiro, exigida para este tipo de barco.
Com a embarcação de sete metros de comprimento, capacidade para 12 pessoas, completamente autossustentável, sem ruído e a atingir uma velocidade de cruzeiro na casa dos cinco nós (cerca de 9,2 quilómetros por hora), o Parque Arqueológico ganha uma nova forma de descoberta de um património classificado como Património Mundial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
O Parque Arqueológico do Vale do Côa foi criado em agosto de 1996. A arte do Côa foi classificada como Monumento Nacional em 1997 e, em 1998, como Património da Humanidade, pela UNESCO.